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Confira os desafios de Bolsonaro antes de tomar posse

Jair Bolsonaro em Brasília: o presidente eleito busca novos médicos para a saúde pública em todo o País. (Foto: Valter Campanato/Ag. Brasil)

Antes mesmo de assumir o Palácio do Planalto, o presidente eleito Jair Bolsonaro tem pela frente pautas críticas que representarão um teste de fogo para a sua habilidade política nos próximos dias. Embora ele tenha aproveitado o feriado da Proclamação da República para descansar em casa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, depois de passar dois dias em Brasília tratando do seu futuro governo, as polêmicas não entraram em recessso: o reajuste de 16,38% nos salários do Judiciário, a decisão do governo cubano de retirar seus profissionais do programa Mais Médicos e a formação da equipe econômica fizeram parte do feriado presidencial.

Bolsonaro começou o dia às voltas com a decisão do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, de não permanecer no cargo – no início da tarde a equipe de transição anunciou a indicação de Roberto Campos Neto para a vaga, a partir de 1º de janeiro do ano que vem. Ainda na área econômica, Mansueto Almeida será mantido no comando da Secretaria do Tesouro Nacional, com o desafio de reequilibrar as contas públicas diante de uma meta de déficit primário de R$ 139 bilhões, excluídos os juros da dívida pública.

Em outra área sensível para qualquer governante, a saúde pública, Jair Bolsonaro tem pela frente uma crise internacional e política: o embate com o governo de Cuba, que anunciou o fim da participação no programa Mais Médicos. A alegação do país caribenho são declarações “depreciativas e ameaçadoras” feitas por Bolsonaro, que questionou a formação dos médicos e condicionou a permanência deles no programa a uma revalidação do diploma.

A ABM (Associação Brasileira de Municípios) enviou carta a Bolsonaro pedindo “ações imediatas” para reverter a decisão de Cuba. “Nosso apelo é feito em nome dos prefeitos e prefeitas do Brasil, que querem atender bem a população, que se esforçam por garantir atendimento básico de saúde a seus munícipes e que tiveram, com o programa Mais Médicos, a possibilidade de garantir isso”, diz trecho da carta assinada por Ary Vanazzi, presidente da ABM.

Judiciário

Diante de um quadro deficitário, o reajuste de 16,38% no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal – com repercussão nos contracheques de todo o serviço público – é outro problema a ser enfrentado por Bolsonaro. Aprovado pelo plenário do Senado no último dia 7, a proposta terá um impacto financeiro nas contas públicas de R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões anuais, graças ao efeito cascata no Judiciário, Legislativo e Ministério Público. A preocupação da equipe de transição agora é evitar a aprovação de outras pautas-bomba no Congresso que possam comprometer as finanças do futuro governo.

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