Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de setembro de 2015
Longe dos holofotes da Operação Lava-Jato, um diretor e funcionário de confiança da Odebrecht está diretamente ligado a uma das provas de pagamento de propina pela empreiteira no exterior a ex-dirigentes da Petrobras. Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho é quem assina carta localizada por autoridades suíças na sede do banco PKB. No texto, ele afirmou que a Odebrecht é a única responsável pela conta da offshore Smith&Nash no banco. De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), foi por meio dessa conta que a Odebrecht pagou propinas a Renato Duque, Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco e Jorge Zelada, integrantes da cúpula da estatal no governo Lula.
Entre 2006 e 2011 a Odebrecht repassou 45,4 milhões de dólares à Smith&Nash, e a offshore repassou 9,5 milhões de dólares e 1,9 milhões de francos suíços para a conta de diretores da estatal ou offshores.
Trajetória
Desde a chegada na Odebrecht como estagiário, em 1975, Hilberto ocupou diferentes cargos. Participou do conselho de administração da Braskem e foi assessor da diretoria financeira. Atualmente, é diretor da holding, com salário de 77 mil reais.
A relação com os Odebrecht extrapola a área de construção. Ele teve participação na gestão de restaurantes em Salvador (BA), quando a família Odebrecht investiu na rede Baby Beef e na revitalização do Chez Bernard, famoso restaurante francês da capital baiana.
Hilberto não quis comentar o assunto. “Estou proibido pelos advogados da empresa de falar qualquer coisa”, disse. Por meio da assessoria, a Odebrecht informou que “as manifestações das defesas dos executivos e dos ex-executivos se darão nos autos do processo”. (AG)