Terça-feira, 07 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de setembro de 2024
O Congresso da Espanha reconheceu Edmundo González como presidente eleito da Venezuela. A proposta, que começou a ser discutida na terça-feira (10), quando ocorreu uma manifestação na porta do local. Na ocasião, a filha de González leu um recado do pai, pedindo ao governo de Pedro Sánchez que “lidere o reconhecimento de Edmundo González nas instituições europeias e instâncias internacionais, com o objetivo de garantir que, em 10 de janeiro de 2025, ele tome posse como o novo presidente da Venezuela”.
O governo espanhol não deu indicações de que levará a votação em consideração. Nesta quinta, durante o encontro com González, o premiê espanhol também não mencionou o assunto, mas disse que “a Espanha seguirá trabalhando a favor da democracia e do diálogo”.
Em conformidade com a posição europeia, o governo espanhol tem exigido que sejam divulgadas as atas eleitorais das eleições nas quais a oposição denuncia fraude, mas sem reconhecer González como presidente.
Sánchez afirmou que a Espanha , em conjunto com os restantes parceiros da União Europeia, busca alcançar uma unidade “que nos permita ter espaço de mediação até o final do ano, para que possamos encontrar uma solução que transmita a vontade democrática expressa nas urnas pelo povo venezuelano”.
Este é um período de mediação significativo, visto que 10 de janeiro de 2025 é a data em que o vencedor das eleições presidenciais de 28 de julho deve assumir o cargo de presidente da Venezuela. No entanto, Sánchez não detalhou os termos dessa negociação nem esclareceu o seu objetivo.
Repercussão
Em suas redes sociais, a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, comemorou: “Grande vitória”.
“O Congresso da Espanha reconhece Edmundo González como presidente eleito da Venezuela! Hoje obtivemos outra grande vitória. Seguimos em frente! Nós, venezuelanos, agradecemos a cada um dos deputados, dos diferentes partidos, que votaram a favor da soberania popular, da democracia, da verdade e da liberdade.
A iniciativa, liderada pela oposição, foi aprovada com 177 votos a favor, 164 contra e 1 abstenção.
Saída negociada
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou ter conduzido “pessoalmente” a negociação para que o candidato da oposição Edmundo González deixasse o país. No entanto, ele se negou a revelar detalhes, sob a alegação de “segredo de estado”.
“Conduzi esse processo coletivamente com uma equipe, mas pessoalmente também. Tenho palavra para cumprir os acordos e também para guardar os segredos. Me reservo ao direito constitucional do segredo de estado”, disse Maduro em um programa da TV estatal venezuelana.
González foi o candidato de oposição nas eleições da Venezuela de 28 de julho. Ele disse ter vencido as eleições, com base numa contagem de comprovantes de urna publicado num site, com base em 80% das atas de urna da Venezuela. O candidato era investigado pelo MP pela publicação das atas eleitorais coletadas pela oposição.
A viagem de González à Espanha foi feita com autorização do governo venezuelano, segundo a vice-presidente do país. A saída do candidato gerou críticas, entre a oposição, de que a saída de González pode enfraquecer o movimento— os opositores afirmam ter vencido as eleições, apesar de a Justiça eleitoral ter declarado vitória de Maduro. As atas eleitorais, espécies de boletins de urna, não foram divulgadas pelo governo.