Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de dezembro de 2020
A proposta prevê gatilhos para o corte de despesas públicas, mecanismo considerado importante pelo governo na atual crise econômica
Foto: Marcello Casal Jr./Agência BrasilAs eleições municipais finalizadas no último domingo (30) ajudaram a frear nos últimos meses a discussão de projetos de lei de interesse do país em razão do envolvimento dos partidos no pleito.
Após o encerramento do processo eleitoral, porém, Câmara e Senado retomam suas sessões nesta quarta-feira (02) sem perspectiva de que reformas ou outros projetos apontados ao longo do ano como prioritários pelo governo entrem em discussão.
Na última semana, o senador Eduardo Gomes (MDB- TO), líder do governo no Congresso, afirmou que a expectativa era aproveitar o final do calendário legislativo de 2020 para aprovar projetos importantes para a economia em que houver consenso, sendo a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) Emergencial o principal desejo do governo Jair Bolsonaro neste momento.
A proposta prevê gatilhos para o corte de despesas públicas, mecanismo considerado importante pelo governo na atual crise econômica, e pode ainda criar o programa Renda Cidadã, que deverá substituir o Bolsa Família a partir de 2021.
No entanto, uma reunião de líderes do Senado realizada nesta terça-feira (1º) confirmou que ainda não há consenso para a aprovação do projeto. Na pauta da sessão desta quarta, a primeira após as eleições, constam apenas projetos de menor repercussão. Além disso, o texto definitivo da PEC ainda não foi apresentado pelo relator, o senador Márcio Bittar (MDB-AC).
O mesmo esvaziamento em relação à pauta econômica do ministro Paulo Guedes acontecerá na Câmara dos Deputados, que debaterá projetos de lei sobre o programa habitacional Casa Verde e Amarela, lançado pelo governo, e o programa conhecido como BR do Mar – que vai liberar progressivamente o uso de navios estrangeiros na navegação de cabotagem, ou seja, entre portos no mesmo país.
Na Casa não há nenhum sinal de que a agenda de reformas do ministro da Economia possa sair do compasso de espera. A não ser uma declaração do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que afirmou ser possível votar a reforma tributária ainda em 2021 e que já há maioria.
Uma comissão mista vem se reunindo há meses e debatendo três projetos de parlamentares. Já o projeto do governo foi apresentado apenas de forma parcial, com um texto que prevê a criação da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), em substituição ao PIS e à Cofins. Uma outra parte da reforma ainda não apresentada pelo governo poderá contar a criação de um imposto sobre transações digitais.