Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de maio de 2016
Caçula de oito filhos de uma família de imigrantes libaneses, Michel Miguel Elias Temer Lulia, de 75 anos, chega ao comando do Palácio do Planalto. Substituto de Dilma Rousseff durante o período de afastamento da presidenta, ele é reconhecido, por aliados e adversários, como um articulador político de bastidores que domina as engrenagens do Congresso Nacional e da federação de interesses regionais do PMDB.
Presidente nacional do partido há 15 anos, o jurista Michel Temer se elegeu vice-presidente da República, pela primeira vez, em 2010, ao lado de Dilma. À época, além de comandar o PMDB, ele presidia a Câmara dos Deputados, pela terceira vez em 13 anos. Nesta quinta-feira (12), ele anunciou sua equipe ministerial.
Conheça os novos ministros do governo do peemedebista:
Gilberto Kassab, ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – Fundador e presidente nacional do PSD, Kassab já foi ministro das Cidades do governo Dilma e vice-prefeito de José Serra (PSDB) na cidade de São Paulo, a quem sucedeu como prefeito em 2006.
Raul Jungmann, ministro da Defesa – Durante o governo FHC, foi o principal responsável por questões fundiárias no país, chefiando o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) entre 1996 e 2002. Foi filiado ao MDB entre 1972 e 1994. Ajudou a fundar o PPS, permanecendo no partido até 2001, quando o deixou para integrar o PMDB. Dois anos depois, em 2003, voltou para o PPS, permanecendo filiado à sigla até hoje. Chegou a ser investigado por fraude em licitação, peculato e corrupção em contratos de publicidade da época em que foi ministro do Desenvolvimento Agrário, entre 1998 e 2001. Os contratos somavam R$ 33 milhões. A Justiça Federal arquivou o inquérito.
Romero Jucá, Planejamento, Desenvolvimento e Gestão – Nasceu no Recife em 1954 e estudou economia na Universidade Católica de Pernambuco, onde também fez pós-graduação em engenharia econômica. Começou a carreira política no governo do Estado de Pernambuco e, em 1986, presidiu a Fundação Nacional do Índio. Senador (RR) e ex-ministro da Previdência (governo Lula); presidente em exercício do PMDB, foi um dos principais articuladores da saída do partido do governo e do avanço do processo de impeachment de Dilma.
Geddel Vieira Lima, ministro-chefe da Secretaria de Governo – Formado em administração de empresas pela Universidade de Brasília, é natural de Salvador, onde foi assessor da Casa Civil da Prefeitura entre 1988 e 1989. Foi diretor da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) em 1989 e presidente na Bahia da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) em 1990. Em 1990, filiou-se ao PMDB, partido pelo qual foi eleito cinco vezes deputado federal. Ex-ministro da Integração Nacional, preside o partido na Bahia. Citado na Lava-Jato sob suspeita de negociar propina com a OAS, o que ele nega.
Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional – General gaúcho, de 64 anos, filho de general citado pela Comissão da Verdade por crimes na ditadura. Atua desde março de 2015 como chefe do Estado-Maior do Exército brasileiro, coordenando a atuação operacional e a política estratégica dos militares em todo o País.
Bruno Araújo, ministro das Cidades – Bruno Araújo (PSDB), 44 anos, é um político e advogado pernambucano que já foi eleito deputado federal três vezes e foi líder da oposição e do PSDB na Câmara. Deputado federal (PSDB-PE), deu o voto decisivo para o impeachment de Dilma na Câmara.
Blairo Maggi, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Senador e ex-governador do Mato Grosso. Recém-filiado ao PP para poder assumir o cargo, ele nasceu em 1956, em Torres (RS), mas foi no Estado do Centro-Oeste que ficou conhecido nacional e internacionalmente. Formado em agronomia na Universidade Federal do Paraná, ele decidiu seguir os passos do pai, pequeno agricultor, investindo no cultivo da soja em áreas inexploradas, o que o levou a Mato Grosso. Político já foi alvo de críticas por desmatamento da Amazônia.
Henrique Meirelles, ministro da Fazenda – Foi presidente do Banco Central no governo Lula entre 2003 e 2010. Em 2004, com uma Medida Provisória, Meirelles foi o primeiro presidente do BC a obter formalmente o status de ministro de Estado. Naquele ano, foi aberto um inquérito contra ele por sonegação, lavagem de dinheiro, crime eleitoral e remessa ilegal de dinheiro para o exterior, relativo ao período em que esteve no BankBoston.
Mendonça Filho, ministro da Educação e Cultura – Ex-governador de Pernambuco, atualmente era deputado pelo DEM. Ele foi o responsável pela PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da reeleição. Nascido no Recife, Mendoncinha, como é conhecido, viveu boa parte da juventude em Belo Jardim, terra de sua família. Cresceu no meio político. O pai dele, José Mendonça Bezerra, já falecido, foi deputado federal por mais de 20 anos, em partidos como PDS e PFL.
Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil – Natural de Canela (RS), advogado e empresário, Eliseu Padilha começou a carreira política em sua cidade natal no movimento estudantil. Em 1967, passou a morar em Tramandaí (RS), onde se elegeu prefeito em 1989. Obteve o primeiro mandato de deputado federal em 1995, a partir de quando começa a ocupar cargos no Executivo e na direção do PMDB nacional. Ex-ministro da Secretaria de Aviação Civil (governo Dilma) de dos Transportes (governo FHC); quando ministro de FHC, foi alvo de acusações de irregularidades no pagamento de precatórios, mas sempre negou.
Osmar Terra, ministro do Desenvolvimento Social e Agrário – O médico Osmar Gasparini Terra nasceu em 1950 em Porto Alegre. Em 1992, elegeu-se como prefeito de Santa Rosa (RS). Além disso, foi secretário executivo do Programa Comunidade Solidária da Presidência da República entre 1999 e 2001. Em 2001, assumiu como suplente e foi efetivado no mandato de deputado federal pelo PMDB na legislatura de 1999 a 2003, o que aconteceu novamente em 2005 na legislatura de 2003 a 2007. Foi eleito para o mesmo cargo em 2006, em 2010 e em 2014. Ele também foi secretário de Estado da Saúde do RS.
Leonardo Picciani, ministro do Esporte – Parlamentar eleito pelo Rio de Janeiro, Picciani está no quarto mandato e atuava como líder do PMDB na Câmara. Botafoguense de 36 anos, fez parte como suplente da Comissão Especial da Copa do Mundo de 2014 na legislatura anterior, pré-Mundial.
Ricardo Barros, ministro da Saúde – Foi eleito deputado federal cinco vezes e foi secretário da Indústria e Comércio do Estado do Paraná, além de prefeito de Maringá (PR). Ele também foi o relator do Orçamento de 2016 na Câmara e chegou a propor um corte de R$ 10 bilhões no Bolsa Família – ponto que não foi aprovado. Ele nasceu em Maringá em 1959 e se formou em engenharia civil pela Universidade Estadual de Maringá. Entrou na política cedo, tornando-se o mais jovem prefeito da sua cidade natal, aos 29 anos.
Henrique Alves, ministro do Turismo – Aos 67 anos, ocupa o cargo de deputado federal há 11 mandatos consecutivos, de 1971 a 2015 – todos pelo PMDB do Rio Grande do Norte. Entre 2013 e 2015, o político foi presidente da Câmara dos Deputados. Ex-ministro do Turismo de Dilma, foi o primeiro do PMDB a pedir demissão em março. Ele é investigado por envolvimento em esquema de corrupção na Lava-Jato.
José Sarney Filho, ministro do Meio Ambiente – Tem 58 anos, foi eleito deputado estadual pelo Maranhão pela primeira vez em 1978. Em 1982, se tornou deputado federal, cadeira que ocupou até 2002, quando foi convidado a chefiar o Ministério do Meio Ambiente no governo de Fernando Henrique Cardoso. Sarney Filho comandou a pasta no período compreendido entre 1º de janeiro de 1999 e 5 de março de 2002. O deputado federal é filho do ex-presidente da República José Sarney.
José Serra, ministro das Relações Exteriores – Senador, ex-ministro da Saúde e do Planejamento (governo FHC); foi governador de São Paulo e prefeito da capital. Um dos caciques do PSDB, foi candidato do partido à Presidência em 2002 (derrotado por Lula) e 2010 (derrotado por Dilma).
Ronaldo Nogueira de Oliveira, ministro do Trabalho – Está no segundo mandato no Congresso Nacional. É filiado ao PTB desde 1992, quando deu início à carreira política no interior do Rio Grande do Sul. Aos 50 anos, o parlamentar natural de Carazinho (RS) é formado em Administração de Empresas pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) de Porto Alegre. Especializou-se em Gestão Pública pela Faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Nogueira é pastor da Assembleia de Deus e integra a bancada evangélica em Brasília.
Alexandre de Moraes, ministro da Justiça e Cidadania – Ele é formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde atualmente é professor associado, tendo sido chefe do Departamento de Direito do Estado entre 2012 e 2014. Iniciou a carreira como promotor de Justiça no Ministério Público de São Paulo em 1991, cargo que exerceu até 2002. Neste ano, foi nomeado secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania. Exerceu o cargo até maio de 2005, quando foi eleito para o Conselho Nacional de Justiça. Defendeu Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, em uma ação sobre uso de documento falso em que conseguiu a absolvição do peemedebista.
Mauricio Quintella, ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil – É um advogado e político que já se elegeu deputado federal quatro vezes pelo estado de Alagoas. Ele já foi líder do seu partido, o PR, na Câmara dos Deputados, mas deixou a liderança para votar a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Maurício Quintella Lessa nasceu em Maceió em 1971. Ele se formou em direito no Centro de Ensino Superior de Maceió e chegou a cursar engenharia civil na Universidade Federal de Alagoas, mas não concluiu o curso.
Fabiano Augusto Martins Silveira, ministro da Fiscalização, Transparência e Controle (ex-CGU) – Tem 41 anos, é conselheiro no Conselho Nacional de Justiça pelo segundo mandato. É bacharel (1998), mestre (2003) e doutor (2008) em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais. Também realizou estudos doutorais na Università degli Studi di Roma – La Sapienza entre 2006 e 2007.
Fábio Osório Medina, AGU – O gaúcho de 48 anos é ex-promotor de Justiça do Rio Grande do Sul e especializado em leis sobre combate à corrupção. Fez carreira no Ministério Público de dezembro de 1991 a janeiro de 2006, exonerando-se para exercer a advocacia privada, abrindo seu escritório Medina Osório Advogados.
Marcos Pereira, ministro da Indústria e Comércio – Tem 44 anos, é advogado e bispo licenciado. Antes da votação do processo de impeachment no Senado, ele era cotado para o Ministério da Ciência e Tecnologia. Natural de Linhares, no Espírito Santo, Pereira foi eleito presidente do PRB em 2011. Seu partido, que conta com 22 deputados federais e um senador, foi o primeiro a desembarcar do governo de Dilma Rousseff, ao devolver o Ministério do Esporte, então ocupado por George Hilton. O anúncio foi feito em 16 de março.