As frutas exóticas são uma opção para aqueles que desejam experimentar novos sabores e para os exigentes com sua saúde pessoal. A graviola é uma delas. Apelidada de “o doce milagre tropical”, os especialistas em saúde atribuem a ela grandes propriedades e recomendam o consumo devido ao impacto positivo que tem na saúde das pessoas.
Cientificamente apelidada de Annona muricata, esta pequena fruta ovalada pode pesar até três quilos e medir cerca de 50 centímetros de diâmetro. É coberta por uma casca verde escura com pequenos espinhos ao redor. No interior, tem uma polpa branca agridoce semelhante ao sabor do abacaxi, com textura macia e suave, contendo minúsculas sementes pretas. A graviola faz parte da família de uma planta chamada Annonaceae, que não ultrapassa oito metros de altura, com ramos de cor avermelhada e enrugados, e folhas duras e lisas.
Originária da América Central e do Caribe, sua produção se estende do Brasil ao México, embora também seja encontrada em regiões tropicais da Ásia, como Filipinas, e até mesmo na zona de Málaga, Espanha.
Os alimentos que pertencem a esta família, segundo Yael Hasbani, especialista em Nutrição Holística, possuem características medicinais e são “muito importantes porque são fonte de muitos antioxidantes e fibras naturais que previnem o desenvolvimento de doenças e beneficiam a saúde digestiva”. Tanto a fruta quanto a casca, a raiz e as folhas da graviola são adequadas para consumo: sua versatilidade permite seu uso em preparações culinárias, sucos, shakes e chás.
Benefícios da graviola
Rica em antioxidantes, “esta fruta é recomendada para fortalecer as defesas do organismo e prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas, problemas cardiovasculares, hipertensão, gripes e resfriados”, menciona Hasbani. Seu alto teor de vitamina C – 100 gramas do alimento contêm 34% da necessidade diária desse nutriente, segundo o portal Healthline – “é essencial para evitar danos celulares causados pelos radicais livres: substâncias nocivas que circulam pelo ambiente e aos quais estamos expostos diariamente”, esclarece a especialista.
A licenciada em Nutrição Integral, Sol Vázquez, acrescenta que a graviola é rica em propriedades antibacterianas devido à presença de antraquinonas, que atuam contra as bactérias. Outra qualidade deste alimento, diz a nutricionista, está relacionada à prevenção da osteoporose e anemia devido ao seu alto teor de cálcio, fósforo e ferro. Fisicamente, esta fruta possui características “antirreumáticas e contém terpenos, que favorecem o relaxamento muscular, aliviam a dor reumática e combatem a insônia”, acrescenta Vázquez.
Devido à presença de potássio – 100 gramas do alimento contêm 8% da necessidade diária deste mineral, de acordo com registros da Healthline – e por ser uma fruta sem sódio, a graviola “ajuda a manter o equilíbrio da pressão arterial, fazendo com que as paredes das artérias fiquem relaxadas e frouxas, permitindo que o sangue flua sem pressão”, explica Hasbani.
A alta presença de fibra vegetal na polpa da graviola a classifica como ideal para combater todo tipo de problema estomacal. De acordo com a Healthline, cada 100 gramas de fruta contêm, em média, 3,3 gramas de fibra, enquanto a National Institute of Health recomenda aproximadamente 38 gramas por dia para homens e 25 gramas para mulheres.
Este macronutriente, afirmam as especialistas consultadas, ajuda a evitar picos de glicemia, pois retarda a absorção de carboidratos.
Outra qualidade da fibra que faz com que a graviola receba elogios é que “ajuda a equilibrar o colesterol ruim (LDL) no sangue. Assim, o sistema cardiovascular é protegido”, conta Hasbani. Este nutriente também proporciona saciedade, então “o consumo desta fruta tropical, sempre na medida certa, é aconselhado para pessoas que buscam controlar seu peso corporal”.
Como consumir
Em relação ao consumo, as especialistas consultadas indicam que a maneira mais conveniente é consumi-la fresca, crua e inteira, para aproveitar, além do sabor, todas as suas propriedades, pois ao triturá-la, por exemplo, em um liquidificador, ela perde parte de seus nutrientes.
Para consumi-la em seu formato original, os passos são semelhantes aos de um kiwi ou uma pitaya: uma das alternativas é cortá-la ao meio e extrair sua polpa removendo as sementes, porque “contêm uma neurotoxina chamada annonacina, que está relacionada a doenças neurodegenerativas”, diz Vázquez. Outra opção é descascá-la e cortá-la em rodelas, adicionando-a a uma refeição, como salada, iogurte ou granola, ou a uma bebida.