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Conheça a verdade sobre a demissão do diplomata que cuidava da posse de Bolsonaro

"Há um ano eu nasci em Juiz de Fora", disse o presidente, em referência à cidade mineira onde foi esfaqueado. (Foto: Reprodução/Instagram)

A demissão de Paulo Uchôa Ribeiro Filho, diplomata que estava à frente do cerimonial da posse presidencial de Jair Bolsonaro, dominou nos últimos dias as rodas de conversas do Itamaraty. O burburinho era de que o futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, demitiu Uchôa Filho, conceituado diplomata que está na carreira há cerca de duas décadas, porque ele havia curtido publicações críticas ao presidente eleito em redes sociais.

Os “likes”, porém, foram só uma justificativa para o desligamento de Uchôa Filho, que já tinha ganhado a confiança do presidente eleito e até havia sido convidado por ele para assumir o cerimonial do Palácio do Planalto. Os problemas do diplomata começaram quando ele questionou a ordem do chefe, Ernesto Araújo, de não convidar representantes de governos de Cuba e Venezuela para a posse no dia 1º de janeiro.

Sem sucesso na tentativa de demover Araújo, o diplomata aproveitou a incipiente aproximação com o presidente eleito para falar com o próprio. Na conversa, conseguiu convencê-lo da importância de fazer o convite aos dois países que com frequência são alvos de críticas de Bolsonaro e seus aliados.

Araújo soube da reunião e perdeu a cabeça. Sentiu-se traído pelo subordinado e imediatamente pediu que presidente o demitisse. Após a insistência do chanceler, a cabeça de Uchôa Filho foi cortada a três semanas da cerimônia de posse.

Na onda de mudanças no Itamaraty, quem recebeu boa notícia pelos serviços prestados foi o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Nesta sexta-feira, o presidente Michel Temer assinou nomeação de Jungmann como representante permanente do Brasil na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que reúne nove países de língua portuguesa. O ministro está de malas prontas para se mudar para Lisboa, onde fica a sede do instituição.

Segurança

O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República decidiu utilizar bloqueadores de sinal de aparelhos de celular para garantir a segurança na posse de Jair Bolsonaro.

O órgão já requisitou ao Exército equipamentos para impedir a transmissão de rádio frequência na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, nos momentos em que o presidente eleito estiver se deslocando em ambientes externos. A previsão é que também sejam utilizados aparelhos para evitar o uso de drones no local.

O objetivo é impedir o eventual acionamento de explosivos durante o trajeto de Bolsonaro. Esses instrumentos são usados para proteção de autoridades e também em presídios.

o GSI já decidiu que Bolsonaro não desfilará em carro aberto, como já era reivindicado por aliados que alegavam razões de segurança.

O órgão, hoje chefiado pelo general Sérgio Etchegoyen, deve conceder entrevista coletiva na próxima terça-feira (18) para explicar como funcionará o policiamento no dia da posse.

Agentes das polícias da SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal) também vão integrar o planejamento, em parceria com o GSI, que comanda a segurança presidencial.

A segurança de Bolsonaro foi reforçada pela Polícia Federal depois que ele levou uma facada durante ato de campanha, no dia 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG).

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