Sábado, 16 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 30 de janeiro de 2023
O sucesso do ChatGPT e sua capacidade de criar artigos de qualidade têm mostrado os avanços da Inteligência Artificial, gerando dúvidas sobre profissões que podem ser substituídas pela tecnologia. “A IA está substituindo os trabalhadores de colarinho branco. Acho que ninguém pode impedir isso”, disse Pengcheng Shi, reitor associado do departamento de computação e ciências da informação do Rochester Institute of Technology, ao New York Post.
Por enquanto, apenas alguns setores estão vulneráveis, segundo Shi, mas à medida que a IA avança, ele afirma que os humanos terão que aprender a lidar com a tecnologia.
“Certos empregos em setores como jornalismo, ensino superior, design gráfico e de software correm o risco de serem complementados pela IA”, disse Chinmay Hegde, professor associado de ciência da computação e engenharia elétrica da Universidade de Nova York.
Veja a seguir alguns setores mais vulneráveis às tecnologias que usa inteligência artificial.
Educação
Segundo Shi, o ChatGPT “já pode facilmente dar aulas”. Os especialistas acreditam que a ferramenta seja mais eficaz no ensino médio, já que as aulas reforçam habilidades já desenvolvidas no ensino fundamental. “Embora tenha bugs e imprecisões em termos de conhecimento, isso pode ser facilmente melhorado. Basicamente, você só precisa treinar o ChatGPT”, explica Shi.
Shi e Hegde acreditam que o ensino superior necessitaria de supervisão humana para ensinar alunos por meio da IA.
Finanças
A melhora dos bots como o Chat GPT pode afetar os empregos da área. “Eu definitivamente acho que isso vai impactar o lado comercial, mas mesmo em um banco de investimento, as pessoas são contratadas após a faculdade e passam dois, três anos trabalhando como robôs e fazendo modelagem em Excel — você pode usar IA para fazer isso”, explicou Shi. “Muito, muito mais rápido.”
Porém, Shi acredita que decisões financeiras e econômicas cruciais provavelmente sempre serão deixadas nas mãos de humanos.
Engenharia de software
Designers de sites e engenheiros responsáveis por códigos relativamente simples também correm risco em suas profissões. “Eu me preocupo com essas pessoas. Agora posso apenas pedir ao ChatGPT para gerar um site para mim — qualquer tipo de pessoa cujo trabalho rotineiro seja fazer isso para mim não é mais necessária”, alerta Hegde.
“Com o passar do tempo, provavelmente hoje ou nos próximos três, cinco, 10 anos, esses engenheiros de software, se o trabalho deles é saber codificar… não acho que eles serão amplamente necessários”, alerta Shi.
Jornalismo
O The Guardian já fez o software GPT escrever um artigo de opinião em 2020. Segundo Hegde, a tecnologia já é bastante hábil para tarefas como reduzir textos ou fazer títulos. Por outro lado, a grande deficiência do Chat GPT está na verificação de fatos. Conteúdos polêmicos são difundidos com facilidade na ferramenta, portanto, repórteres e editores ainda são essenciais para esse tipo de trabalho jornalístico.
“Você pode pedir que faça um ensaio, para produzir uma história com aspas, mas, na maioria das vezes, as aspas são apenas inventadas”, continuou Hegde. “Essa é uma falha conhecida do ChatGPT e, honestamente, não sabemos como corrigir isto.”
Design gráfico
A OpenAI, desenvolvedora do Chat GPT, lançou em 2021 o DALL-E, ferramenta capaz de criar imagens personalizadas por meio de comando gerado por usuários.
Com outros programas como Craiyon, Stable Diffusion e Midjourney, a ferramenta representa uma ameaça para muitos nas indústrias de design gráfico e criativo, de acordo com Hegde.
“Antes, você pedia a um fotógrafo ou a um designer gráfico para fazer uma imagem [para sites]. Isso é algo muito, muito plausivelmente automatizado usando tecnologia semelhante ao ChatGPT”, conclui.