Nada mais de self-service, refil liberado ou buffets fartos. Pelo menos por enquanto, é assim que pubs e restaurantes começam a reabrir no Reino Unido após mais de 100 dias fechados desde o início do lockdown. Os primeiros a retomarem as atividades foram na Irlanda na sexta-feira (3), enquanto na Inglaterra os estabelecimentos voltaram a funcionar neste sábado (4).
Empresas renomadas já comunicaram adaptações às novas determinações e deixarão de fornecer alguns dos serviços pelos quais eram reconhecidos. A Pizza Hut, por exemplo, disse que os garçons vão levar pizzas, tortilhas gratuitas e tigelas de salada com pão de alho nas mesas. Isso após os clientes fazerem o pedido por um aplicativo pelo qual também poderão pagar, para reduzir o contato com os funcionários. Os refis também vão acabar.
A cadeia de restaurantes Toby Carvery anunciou que seu famoso buffet de assados liberado será interrompido durante a pandemia. Fãs lamentaram nas redes sociais: “Isso significa que não poderei mais pegar uma quantidade ridícula de carne assada”, disse um usuário. A rede foi firme ao ressaltar que a segurança será sua prioridade.
Já a rede de comidas mexicanas Wahaca vai diminuir seu menu temporariamente devido ao menor número de clientes. Outros restaurantes conhecidos no Reino Unido também disseram que pretendem trabalhar com um carpádio até 50% menor.
A cadeia de comida asiática Wagamama vai instalar telas deslizantes sobre seus balcãos para proteger os clientes do contato ao mesmo tempo em que mantém uma experiência agradável. Em redes de cafés, sachês e condimentos serão entregues individualmente em substituição às garrafas compartilhadas.
Enquanto umas se adaptam ao novo normal, outras empresas decidiram permanecer mais um tempo fechadas ou abrir parcialmente. Um porta-voz do McDonald’s no Reino Unido informou que o gigante de fast-food só vai operar com o drive-thru e por encomendas a princípio.
Embora cada empresa adote medidas particulares e inovadoras para atenuar os riscos de contaminação do coronavírus, o Reino Unido estabeleceu regras para a reabertura que podem variar de um país para o outro. De maneira geral, as orientações são para que haja distanciamento mínimo de um metro, como vai ocorrer na Inglaterra e na Irlanda. Ficar em pé nos estabelecimentos não será permitido.
A questão mais polêmica está na coleta de dados pessoais dos clientes. Uma única pessoa do grupo deve informar seu nome e telefone. Os estabelecimentos devem manter as informações apenas por 21 dias. As pessoas até podem se negar a fornecer, mas também podem ficar sem atendimento, caso assim decidam. A ideia faz parte de um ambicioso plano do governo para facilitar o rastreamento de infectados e alertar aqueles com quem esses indivíduos tiveram contato.
Os bares e restaurantes também precisarão ofertar a opção de pedir comidas por aplicativos. Clientes serão aconselhados a fazer reservas com antecedência. Shows ao vivo estão vetados e a música ambiente deve estar em volume baixo para evitar a necessidade de gritos, que aumentam o risco de transmissão do vírus.
Os clientes, no entanto, não serão obrigados a usar máscaras. Uma família só poderá se reunir com uma por vez nos estabelecimentos, isto é, não será permitido que três grupos familiares estejam juntos no ambiente. Apesar de liberar os locais fechados para funcionar, o governo estimulou o uso dos espaços abertos. O self-service também está suspenso temporariamente. Os clientes devem ser atendidos em suas mesas.
Na Escócia e no País de Gales, os cidadãos terão de esperar mais um pouco. A primeira-ministra escocesa autorizou a reabertura ao ar livre a partir do próximo dia 6. As áreas internas de pubs e restaurantes podem funcionar somente no dia 15. Já o governo galês liberou apenas a volta em espaços abertos no dia 13. Os demais estabelecimentos deverão permanecer fechados até segunda ordem, apesar das pressões de empresários. As informações são da Revista Época.