Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de janeiro de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
É sabido que laços afetivos entre algumas espécies de animais e humanos estão ajudando na articulação de ações de proteção que têm impacto nas ações da sociedade. À medida que crescem as inquietações a respeito do tema, há um aclame por proibições por parte do Estado a práticas exercidas por empresas privadas.
Sim, o ser humano move o mundo, porém, ao passo que a sociedade cresce e enriquece, a demanda por respeito aos animais cresce igualmente. Está em pauta aqui não a contestação do conceito de supremacia absoluta humana, mas sim o papel do animal e o seu reposicionamento nos pilares da moralidade.
Para efeitos de transformações sociais, campanhas de conscientização feitas por ONGs, grupos independentes e associações são disseminadas nas redes sociais. Essas campanhas visam a educação da sociedade na hora de comprar animais e na sua criação. Nos últimos meses, porém, circula na mídia que o comércio de animais em petshops será proibido. Proibição é uma palavra muito forte, uma vez que abre brecha para o mercado negro, repleto de casos de maus-tratos e negligência de criadores que visam somente o lucro e não têm qualquer respeito pelos animais que criam.
Enquanto houver demanda, haverá oferta. A solução, então, não estará em maior conscientização do mercado consumidor no que se refere ao poder dos boicotes espontâneos? É sabido que, nos últimos anos, há uma mudança de paradigmas jurídicos no que se refere aos direitos dos animais. Eles estão deixando de ser meras “coisas” do ponto de vista legal; todavia, isso não lhes garante direitos, apenas coloca em evidência que devemos, sim, respeitá-los como seres sencientes.
Os boicotes têm papel importante na sociedade, uma vez que são exemplos de mobilização civil livre, espontânea e eficaz sem nenhum dano a propriedades e indivíduos. Vamos aprender mais sobre como podemos expressar o que queremos sem clamar por mais uma intervenção estatal? A solução para a causa animal está cada vez mais ligada a movimentos encabeçados por indivíduos cientes de que o comércio cruel irá desaparecer não com regulações, mas sim com mais instrução.
Nina Mazzali, empresária e associada do IEE.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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