Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 17 de maio de 2021
Os usuários de serviços de saúde mental, antes confinados nos manicômios, puderam acessar novas formas de atenção e cuidado
Foto: DivulgaçãoNesta terça-feira (18), Dia da Luta Antimanicomial, o CRPRS (Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul) traz um alerta à sociedade: a exclusão jamais deve ser uma forma de cuidado para pessoas em sofrimento psíquico ou que façam uso abusivo de álcool e outras drogas.
Para marcar a data, o CRPRS realiza diversas ações em prol da defesa do cuidado em liberdade e da completa substituição do modelo manicomial. Às 18h, o conselho promove uma projeção na fachada de um prédio na elevada do túnel da Conceição, no Centro de Porto Alegre, e lança uma história em quadrinhos inédita, produzida especialmente para a data, que apresenta diferentes histórias de vidas, dilaceradas pela exclusão.
A Reforma Psiquiátrica abriu, nas últimas décadas, um campo de possibilidades e mudanças na forma de lidar com a loucura. Com a substituição gradativa dos hospitais psiquiátricos por espaços de acolhimento em saúde mental, os usuários de serviços de saúde mental, antes confinados nos manicômios, puderam acessar novas formas de atenção e cuidado, como o Acompanhamento Terapêutico, os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) ou os Residenciais Terapêuticos, entre outros serviços.
“Cabe ressaltar, porém, que a superação do manicômio enquanto estrutura e enquanto lógica nunca se efetivou de fato, pois para além das estruturas físicas com modelos de internação que persistem até hoje, como é o caso das Comunidades Terapêuticas e Hospitais Psiquiátricos, a lógica manicomial existe também nas práticas de segregação e desumanização associadas ao aprisionamento e à exclusão das diferenças e de sujeitos considerados indesejáveis”, explica a psicóloga e presidente da Comissão de Direitos Humanos do CRPRS, Cristina Schwarz.