Ícone do site Jornal O Sul

Conselho de Segurança aprova reunião de emergência da Assembleia Geral da ONU; Brasil vota a favor

Foram 140 votos a favor, 5 contra e 38 abstenções. O Brasil votou a favor da medida. (Foto: Reprodução)

A votação do conselho de 15 membros foi processual para que a Rússia não pudesse exercer seu veto. Uma resolução convocando a sessão da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) foi adotada com 11 votos sim. A Rússia votou contra, enquanto China, Índia e Emirados Árabes Unidos se abstiveram. O Brasil foi a favor.

O embaixador do Brasil, Ronaldo Costa Filho, lembrou o número de refugiados e disse que votou pela resolução para que se alcance a paz. “O Conselho de Segurança e a Assembleia Geral têm que trabalhar juntos e nós pedimos mais uma vez que haja um cessar-fogo.”

Espera-se que a Assembleia Geral vote uma resolução contra o ataque russo, disse a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, ao Meet the Press. Nenhum país tem direito a veto na Assembleia Geral.

Ameaça nuclear russa

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou neste domingo (27) que o Exército coloque a força nuclear estratégica do país em “alerta especial” – o nível mais alto.

Em reunião com chefes de defesa militares no Kremlin, ele ordenou que o ministro da Defesa russo e o chefe do estado-maior das Forças Armadas pusessem as forças de dissuasão nucleares em um “regime especial de combate”.

A decisão, segundo Putin, foi tomada porque o alto escalão da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) teria permitido “declarações agressivas” contra a Rússia. Para o presidente, as nações ocidentais tomaram “ações hostis” contra seu país e impuseram “sanções ilegítimas” após a invasão da Ucrânia.

O anúncio é um sinal tanto da cólera do presidente Putin pelas sanções anunciadas nas últimas horas quanto de sua paranoia de longa data de que seu país está sob ameaça da Otan.

O movimento certamente chamou a atenção do Ocidente. Esse tipo de escalada é exatamente o que os estrategistas militares da Otan temiam, e é por isso que a aliança declarou reiteradamente que não enviará tropas para ajudar a Ucrânia a lutar contra os invasores russos.

A ofensiva, contudo, não está indo inteiramente de acordo com o planejado por Moscou. No quarto dia, nenhuma grande cidade ucraniana está nas mãos dos russos, que parecem estar sofrendo pesadas baixas.

Isso causará alguma frustração e impaciência no Kremlin. E é difícil ver as negociações de paz marcadas para acontecer na fronteira com Belarus chegarem a um acordo que funcione para ambos os lados.

Putin quer a Ucrânia totalmente de volta à sua esfera de influência, enquanto o governo do presidente Volodymyr Zelensky quer que ela permaneça independente. Isso não deixa muito espaço para compromissos.

Juntamente com o alerta nuclear de hoje, provavelmente veremos uma intensificação da ofensiva russa nos próximos dias, com ainda menos consideração pelas vítimas civis do que foi mostrado até agora.

Sair da versão mobile