Terça-feira, 01 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 4 de junho de 2021
Presidente do CFM condenou "agressões" de senador à médica Nise Yamaguchi
Foto: Leopoldo Silva/Agência SenadoO CFM (Conselho Federal de Medicina) divulgou nesta semana uma nota em que diz ver “excessos e abusos” contra médicos na CPI da Covid. Integrantes da comissão do Senado negam desrespeito e apontam um posicionamento “político” e “corporativista” por parte da entidade.
Vários médicos já participaram da CPI na condição de testemunhas e de convidados. Entre os que compareceram, estão os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich; o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga; a secretária de Trabalho do Ministério da Saúde e pediatra, Mayra Pinheiro; a oncologista Nise Yamaguchi; e a infectologista Luana Araújo.
“O CFM e os 530 mil médicos repudiam veementemente os excessos e abusos no trato de parlamentares em relação aos depoentes e convidados, em especial médicos e médicas, e clama ao Senado Federal que os trabalhos sejam conduzidos com sobriedade”, diz trecho da nota divulgada pelo conselho.
Em um vídeo compartilhado nas redes sociais pelo presidente Jair Bolsonaro, o presidente do CFM, Mauro Ribeiro, fala em “agressões” do senador Otto Alencar (PSD-BA) a Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina e da chamada “imunidade de rebanho”.
Alencar, que também é médico, disse ter tratado a convidada com respeito e ter feito perguntas dentro das regras previstas no regimento do Senado. “O presidente do CFM é bolsonarista e quer aparecer na TV. Eu agi dentro da lei, que nos autoriza a fazer perguntas, inquirições. Não tratei mal a doutora Nise, chamei de ‘vossa senhoria’, ‘senhora’. Fiz perguntas que ela não soube responder. Vou continuar da mesma forma, com o mesmo tom, com veemência quando for perguntar a alguém que está omitindo a verdade”, disse o senador baiano.