Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de julho de 2023
Gabriela Hardt terá prazo de 15 dias enviar ao CNJ sua manifestação sobre as acusações
Foto: DivulgaçãoO Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu uma reclamação disciplinar para apurar a conduta da juíza federal Gabriela Hardt. A juíza atuou na 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos da Operação Lava Jato.
Atualmente, a juíza está lotada na 3ª Turma Recursal do Paraná. A decisão foi assinada na segunda-feira (17) pelo corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão. Será apurada a conduta da magistrada e se ela deixou de tomar providências após ser alertada de supostas ilegalidades que teriam sido cometidas pelo ex-juiz Sergio Moro e ex-procuradores da República.
Gabriela Hardt terá prazo de 15 dias enviar ao CNJ sua manifestação sobre as acusações, que foram feitas pelo empresário Antonio Celso Garcia, conhecido como Tony Garcia.
Em entrevista, Tony Garcia afirmou que o ex-juiz Sergio Moro interferiu para afastar o juiz federal Eduardo Appio da operação. O empresário disse acreditar que essa interferência aconteceu porque Appio levaria adiante as denúncias que ele fez à responsável anterior pela operação, Gabriela Hardt.
Garcia relatou que fez a denúncia para a juíza Gabriela Hardt em 2021, após solicitar uma audiência com a magistrada.
“Eu falei que eu era agente infiltrado, que eu recebia as ordens diretas do Moro, que ele pedia para eu ir sem advogado. Eu fui 40 vezes ao MPF, fiquei trabalhando para eles, me fizeram de funcionário”, contou o ex-deputado. “Ela [Hardt] passou por cima de tudo”, disse.
Por meio de nota, Sergio Moro afirmou que o relato do ex-deputado é mentiroso e dissociado de qualquer amparo na realidade ou em qualquer prova.
Garcia é ex-deputado estadual no Paraná e assinou um acordo de colaboração premiada após ter sido investigado no caso Banestado por crimes contra a ordem tributária. O acordo foi celebrado por Moro, magistrado que atuou no caso.