A ex-advogada Jorgina de Freitas morreu na terça-feira (19) no Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela estava internada desde dezembro, quando sofreu um acidente de carro. A informação foi divulgada nesta quinta (21).
Jorgina foi responsável pela maior fraude ocorrida no Brasil contra a Previdência Social. A ex-advogada e procuradora previdenciária foi condenada em 1992 por organizar um esquema de desvio de verbas de aposentadorias estimado US$ 500 milhões, segundo a Procuradoria-Geral do INSS. Posteriormente, a Advocacia-Geral da União afirmou que a fraude foi da ordem de aproximadamente R$ 2 bilhões.
O esquema ficou conhecido como a “escândalo da previdência”.
Condenação
Ela foi condenada pelo Tribunal de Justiça do Rio a 14 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, em julho de 1992. Ficou foragida até 1997, quando foi encontrada na Costa Rica e extraditada no ano seguinte para o Brasil.
A então advogada foi presa em fevereiro de 1998 e, em 2001, teve o registro profissional cassado pela Ordem dos Advogados do Brasil.
Em junho de 2010, uma sentença declarou extinta a pena. O alvará de soltura foi expedido no mesmo mês e Jorgina conseguiu a liberdade.
Internação após acidente
Segundo a prefeitura de Duque de Caxias (RJ), Jorgina foi internada em 13 de dezembro do ano passado após o acidente de carro. Ele apresentava um quadro de traumatismo craniano grave.
“A direção do hospital relata que durante o período de internação na unidade, a paciente se manteve em estado grave de saúde, traqueostomizada e com pouca resposta a estímulos sensitivos”, informou o município.
“Na terça-feira (19), Jorgina apresentou hipotensão e bradicardia, evoluindo para PCR (Parada Cardiorrespiratória), tendo sido realizado todos os procedimentos, protocolos e medicações, porém sem sucesso, sendo constatado o óbito às 13h30 do mesmo dia. O corpo foi encaminhado para o IML, por se tratar de vítima de acidente de trânsito”.