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Por Redação O Sul | 24 de janeiro de 2022
Entre 2015 e 2021, a tarifa residencial de energia elétrica teve alta de 114%. O percentual representa mais que o dobro do aumento da inflação (48%), acumulada no mesmo período. O salário mínimo, por sua vez, cresceu apenas 53,08%.
De acordo com dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), a conta de luz do brasileiro teve aumento de 137% a mais que a inflação nos últimos 7 anos. O salário mínimo cresceu apenas 53,08%, com isso inflação tarifária de energia elétrica no período teve impacto de 10,65% da variação do IPCA.
Já para os consumidores inseridos no Mercado Livre de Energia Elétrica os preços oscilaram 25% abaixo da inflação entre 2015 e 2021. Isso porque nessa modalidade de cobrança os clientes podem negociar de forma livre os contratos juntamente às distribuidoras de energia, obtendo vantagens e descontos no valor das tarifas. Apenas consumidores que possuem consumo acima dos 500 KW.
Para Alexandre Lopes, vice-presidente de energia da Abraceel, o consumidor pode esperar mais aumentos acima da inflação para os próximos anos: “Esse levantamento mostra como o consumidor cativo teve seus custos aumentados nos últimos anos e como a abertura do mercado livre a todos os consumidores poderia impactar de forma positiva a economia.”
“A expectativa para os próximos anos não é diferente, pois ainda temos custos de 2021 que não foram repassados para as tarifas e provavelmente teremos outro aumento acima da inflação em 2022. Quando esse novo empréstimo ao setor elétrico começar a ser pago, impactará ainda mais as tarifas, o que significa que ainda vamos pagar por esse custo nos próximos anos. É urgente darmos liberdade de escolha ao consumidor”, acrescentou.
O número de consumidores do mercado livre de energia elétrica cresceu quase 250% nos últimos 5 anos. Só no ano passado 5.563 novos consumidores aderiram ao mercado, de acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Empresas do setor
As empresas do setor elétrico listadas na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, lucraram juntas R$ 40 bilhões nos nove primeiros meses do ano passado, últimos dados disponíveis, de acordo com levantamento feito pela consultoria Economática.
Num ano marcado pela crise hídrica e com risco de racionamento de energia, as empresas do segmento aumentaram seus rendimentos na comparação com anos anteriores.
São empresas de geração, transmissão e distribuição de energia, incluindo estatais como Eletrobras e Cemig, que têm ações negociadas na Bolsa. De um total de 39 empresas analisadas, quatro registraram prejuízos.
Contando com esses resultados, as empresas do setor elétrico tiveram uma média mensal de lucro de R$ 4,5 bilhões, um avanço em relação aos R$ 3,7 bilhões de 2020, no auge dos efeitos econômicos da pandemia, mas ainda sem crise de geração nas hidrelétricas.
A marca também é maior que as médias mensais de 2019 (R$ 3,1 bilhões) e de 2018 (R$ 2,7 bilhões).