Quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de outubro de 2022
Os resultados do estudo apontam que o encolhimento do cérebro foi menor nos praticantes de palavras cruzadas.
Foto: FreepikFazer palavras cruzadas demonstrou um maior benefício para o funcionamento da memória em idosos com comprometimento cognitivo leve do que jogos de videogame. É o que aponta um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade Columbia e da Universidade Duke, ambas nos Estados Unidos. O trabalho foi publicado na revista científica NEJM Evidence.
A pesquisa foi feita com 107 participantes idosos, com idade média de 71 anos e comprometimento cognitivo leve. Eles foram divididos em dois grupos: um para fazer palavras cruzadas em computadores e outro para jogar videogames cognitivos também em computadores. O estudo durou 78 semanas.
Os voluntários que praticaram as palavras cruzadas demonstraram uma maior melhora cognitiva do que aqueles que participaram dos jogos de videogames cognitivos.
“Este é o primeiro estudo a documentar os benefícios de curto e longo prazo para o treinamento de palavras cruzadas em casa em comparação com outra intervenção”, disse Davangere P. Devanand, um dos líderes do estudo, professor de psiquiatria e neurologia, que supervisiona pesquisas sobre envelhecimento cerebral e saúde mental em Columbia, em comunicado. “Os resultados são importantes à luz da dificuldade em mostrar melhora com intervenções no comprometimento cognitivo leve.”
Palavras cruzadas são amplamente utilizadas, mas ainda não tinham sido estudadas sistematicamente no comprometimento cognitivo leve, que está associado ao alto risco de demência, incluindo a doença de Alzheimer.
Os resultados do estudo apontam que o encolhimento do cérebro (medido com ressonância magnética) foi menor naqueles que participaram realizando as palavras cruzadas.
“Os benefícios foram vistos não apenas na cognição, mas também nas atividades diárias, com indicações de encolhimento do cérebro na ressonância magnética, o que sugere que os efeitos são clinicamente significativos”, pontuou Devanand.
O estudo também destaca a importância do engajamento. Com base no monitoramento eletrônico remoto do uso do computador, os participantes em um estágio posterior de deficiência podem se envolver melhor com as palavras cruzadas mais familiares do que com jogos cognitivos computadorizados.