Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 27 de julho de 2022
Um padre católico que celebrou uma missa no último domingo dentro do mar, sem camisa e usando uma boia como altar, virou alvo de investigação pelas autoridades italianas. A Promotoria de Crotone, no sul da Itália, onde foi celebrada a missa, abriu uma investigação por “ofensa a uma instituição religiosa”.
Em um comunicado de imprensa publicado em seu site, a arquidiocese de Crotone condenou o padre: “A celebração eucarística tem uma linguagem particular, é feita com gestos e símbolos que é justo respeitar e valorizar. Não devem ser renunciados com tanta superficialidade”, escreveu. “É necessário manter esse mínimo de decoro e atenção aos símbolos”, complementou.
Devido à onda de calor que atinge a península e à falta de sombra, Dom Mattia Bernasconi decidiu celebrar a missa nas águas do Mediterrâneo. A celebração religiosa concluía as atividades de um acampamento de jovens voluntários da associação antimáfia Libera, que administra terras confiscadas da máfia. O evento inusitado foi filmado e transmitido por diversos meios de comunicação.
Nas imagens é possível ver o padre, sem camisa, diante de seu altar improvisado e de um grupo de pessoas em trajes de banho. Na quarta-feira, Dom Mattia divulgou uma carta enviada à arquidiocese, na qual explica que não queria banalizar a Eucaristia ou manipulá-la para enviar algum tipo de mensagem.
“Foi simplesmente uma missa que concluiu uma semana de trabalho com os jovens que participaram do acampamento”, declarou. “Os símbolos são fortes, é verdade, e são eloquentes (…) Houve uma certa ingenuidade em não lhes dar o devido peso. Peço humildes desculpas do fundo do meu coração pela confusão causada pelas imagens divulgadas na imprensa”, acrescentou.
Por sua parte, um deputado manifestou sua solidariedade ao padre e agradeceu “que leve os valores cristãos até as praias”.
Onda de calor
Há dois meses, a França registrou seu mês de maio mais quente, com recordes em algumas cidades. No mês passado, a França foi novamente atingida por uma onda de calor na primavera que também afetou a Espanha, a Itália e outros países. Então, este mês, a Polônia e outras partes da Europa Oriental sofreram durante um período de calor extremo.
Agora, as temperaturas em toda a Europa estão subindo mais uma vez, da Espanha às Ilhas Britânicas e se espalhando para o leste. Incêndios florestais alimentados pelo calor estão ocorrendo em muitos países, e grande parte do continente está no meio de uma longa seca.
E ainda faltam dois meses de verão (por lá no Hemisfério Norte).
Os cientistas dizem que o calor extremo persistente já neste ano segue uma tendência. As ondas de calor na Europa, eles dizem, estão aumentando em frequência e intensidade em um ritmo mais rápido do que em outras partes do planeta, incluindo o oeste dos Estados Unidos.
O aquecimento global também desempenha um papel nas ondas de calor ao redor do mundo, porque as temperaturas estão, em média, cerca de 1,1 graus Celsius mais altas do que eram no final do século 19, antes das emissões de dióxido de carbono e outros gases que retêm calor se espalharem. Portanto, o calor extremo decola de um ponto de partida mais alto.
Mas além disso, existem outros fatores, alguns envolvendo a circulação da atmosfera e do oceano, que podem tornar a Europa um centro das ondas de calor.