A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informou que seus contratos de patrocínio passaram a incluir cláusulas de combate ao assédio moral e sexual, assim como todas as formas de preconceito, seja por raça, cor, religião, origem, gênero, condição física e mental ou escolha política. O fato foi comunicado por meio da nota oficial neste fim de semana.
Na mensagem também é detalhado que a medida já está em prática, sendo inclusive adotada em suas cinco parcerias comerciais mais recentes. Todas as empresas e colaboradores que ferirem os itens estarão cometendo falta grave e que poderá levar à rescisão contratual:
“A inclusão das cláusulas é uma decisão do presidente Ednaldo Rodrigues, eleito em março com a missão de dar transparência, promover a inclusão e modernizar a gestão da CBF”.
A medida é também uma resposta ao afastamento do ex-presidente da entidade, Rogério Caboclo. Em junho de 2021, o cartola foi denunciado por uma funcionária da CBF pela prática de assédio sexual e moral. Ele acabou afastado do cargo e, três meses depois, suspenso por 21 meses após recomendação da Comissão de Ética da entidade.
O ex-presidente também foi denunciado por assédio moral pelo diretor de tecnologia da informação da CBF, Fernando França. Neste ano, uma nova assembleia-geral da Confederação impôs uma segunda punição, adicionando 20 meses de afastamento aos 21 meses já previstos na primeira suspensão.
Caboclo se diz vítima de um complô para retirá-lo do poder e reafirma sua inocência nos dois casos. Em relação à funcionária que o denunciou, ele admite que “se excedeu em alguns momentos”, mas alega em carta enviada aos dirigente estaduais da entidade: “Nunca busquei qualquer vantagem ou favorecimento, nem a toquei, convidei para sair ou insinuei algo nesse sentido”.
Combate ao racismo
Também neste fim de semana, a CBF anunciou a criação de um grupo de trabalho para discutir aspectos legais e operacionais de um plano de enfrentamento ao racismo e à violência no futebol. A primeira reunião da comissão, formada por 46 membros de 30 entidades diferentes, está marcada para 1˚ de novembro, de maneira virtual.
O colegiado foi criado após a publicação da portaria assinada pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Todos os clubes filiados de todas as divisões do futebol brasileiro (Séries A, B, C e D; além da A1, A2 e A3 do Brasileiro Feminino) foram informados da novidade.
Segundo a entidade máxima do futebol no País, o objetivo da comissão é “discutir os aspectos legais e operacionais relacionado ao aprimoramento do marco regulatório, das políticas públicas e dos procedimentos desportivos, bem como da coordenação das ações pelos diferentes agentes, públicos e privados, envolvidos no enfrentamento do racismo e da violência no futebol”. A lista completa de integrantes, incluindo dirigentes dos clubes, pode ser conferida no site cbf.com.br.