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Convidado para reunião entre os presidentes da Venezuela e da Guiana, Lula envia Celso Amorim

O governo brasileiro defende a ideia de que o conflito seja solucionado via diplomática, sem armas. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Convidado para participar da reunião entre os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali,  Luiz Inácio Lula da Silva enviou o assessor especial Presidência para Assuntos Internacionais Celso Amorim para mediar o encontro. Os dois líderes se encontraram nesta quinta-feira (14) em São Vicente e Granadinas, no Caribe, com o objetivo de discutir a disputa territorial que envolve a região de Essequibo, na Guiana.

O encontro, que teve duração aproximada de duas horas, foi promovido pela Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que tem a ilha caribenha na presidência temporária. O governo brasileiro defende a ideia de que o conflito seja solucionado via diplomática, sem armas.

Celso Amorim e o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas Ralph Gonsalves, atuaram apenas como observadores, ou seja, sem qualquer interferência nas decisões. A reunião tem sido vista como um primeiro passo para aplacar os ânimos de uma crise após a Venezuela aprovar a anexação de Essequibo em um referendo com a participação da metade da população. A área de 160 mil km², rica em petróleo e outros recursos naturais, é administrada por Georgetown e reivindicada por Caracas.

Após a reunião, o líder da Guiana Irfaan Ali afirmou em entrevista a jornalistas que não vai permitir mudanças no mapa de seu país.

“Exijo respeito à nossa soberania”, disse. “Não há narrativas, propagandas que vão alterar o mapa de Guiana”.

Já o governo da Venezuela afirmou que os dois países se mostraram dispostos a “continuar com o diálogo” sobre o território, que representa 70% da Guiana.

“A Venezuela e a Guiana manifestam a sua vontade de continuar o diálogo, para resolver a controvérsia em relação ao território de Essequibo”, informou a conta no X da Imprensa Presidencial Venezuelana.

A reunião foi marcada por posições antagônicas. Do lado venezuelano, Maduro considera o encontro “uma grande conquista para abordar de maneira direta a controvérsia territorial”. Enquanto que do lado guianense, Ali negava que a disputa estivesse na agenda e insistiu em sua posição de que a questão deve ser resolvida na Corte Internacional de Justiça (CIJ), que não tem a jurisdição reconhecida pelo governo venezuelano.

“Acho que não vai sair nada substancial em termos de reivindicação territorial, porque a posição da Guiana é que não há conversações bilaterais sobre o tema, porque isso está na Corte Internacional de Justiça”, declarou mais cedo à AFP Sadio Garavini di Turno, ex-embaixador da Venezuela na Guiana.

A Venezuela afirma ser a verdadeira proprietária de Essequibo, um trecho de 160 quilômetros quadrados que corresponde a cerca de 70% de toda a Guiana e atravessa seis dos dez estados do país. No início deste mês, o governo de Nicolás Maduro aprovou em referendo a anexação da área. Desde então, movimentos tanto da Venezuela como da Guiana acirraram os ânimos.

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