As cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul mais uma vez devem absorver pelo menos metade da safra de soja do Estado. No período passado, das cerca de 18 milhões de toneladas produzidas em solo gaúcho, aproximadamente 9 milhões foram originadas para o sistema cooperativo de acordo com a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS).
De acordo com o presidente da entidade, Paulo Pires, a aposta é de que a originação, que é quando a cooperativa recebe o grão do produtor pessoa física, vai manter esta estabilidade repetindo o percentual, que aumentou na última safra. “Fechamos este número no ano passado e as cooperativas se apresentaram como opção de originação efetiva para estes produtores”, destaca.
Sobre o plantio que, segundo as cooperativas gaúchas, está em cerca de 80%, Pires avalia que este é um dos melhores anos em relação à semeadura. Lembra também que o produtor, a cada ano que passa, vem antecipando o plantio e em 2017 muitos agricultores começaram os trabalhos na primeira quinzena de outubro. “A capacidade de plantio dos produtores é muito grande e, a não ser uma questão pontual, a semeadura ocorre tranquilamente com um estande de planta muito bom”, observa.
O presidente da FecoAgro/RS salienta que ainda existe produtor com soja esperando que os preços possam retornar a patamares como os de R$ 80,00 a saca, mesmo que o mercado até o momento não sinalize que estes valores vão voltar. Para o dirigente se não houver um fato novo na safra da América do Sul, a cotação do grão não deverá sofrer grandes variações. “A safra Norte Americana não nos trouxe nenhuma surpresa, então o preço não mudou, assim como a variação cambial se descolou das notícias políticas oscilando de forma mais regular, e as atenções se voltam para a produção e produtividade da América do Sul. Se tivermos alguma mudança de cenário, poderemos ter reação dos preços, mas se não houver novidade, devemos manter estes patamares de valores”, avalia.
O levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado no início do mês de novembro apontou que a safra gaúcha de soja deve variar entre 17,33 e 17,68 milhões de toneladas, e a produtividade vai girar em torno de 3,08 mil quilos por hectare, na qual Pires lembra que será menor do que a do ano passado devido aos números excepcionais alcançados no período anterior.