Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de novembro de 2021
Gás é responsável por 30% do aquecimento global de tempos pré-industriais, segundo especialistas.
Foto: ReproduçãoEm um esforço global para reduzir em 30% as emissões de metano até 2030 em relação aos níveis de 2020, o Brasil e mais de cem países aderiram ao Compromisso Global do Metano nesta terça-feira (2), durante a conferência sobre o clima da Organização das Nações Unidas (ONU) em Glasglow, na Inglaterra, a COP26. A lista dos signatários foi divulgada pelo governo americano.
Anunciado pela primeira vez em setembro, agora o acordo inclui metade dos 30 principais emissores de metano, que respondem por dois terços da economia global.
O Brasil – o quinto maior emissor do gás – aparece na lista como novo signatário do compromisso. O Itamaraty confirmou a notícia e afirmou que “a oficialização da adesão cumprirá o cronograma da COP26”.
O metano é um gás que acelera a elevação da temperatura na Terra. Ele é produzido no aparelho digestivo do gado e em processos naturais, porém mais da metade do gás tem origem em uma série de atividades humanas, como os resíduos de aterros e a produção de óleo e gás.
Segundo especialistas, o metano é 80 vezes mais potente na elevação das temperaturas da Terra que o dióxido de carbono (CO2), sendo responsável por 30% do aquecimento global desde os tempos pré-industriais.
Como o metano tem vida mais curta na atmosfera que o CO2, reduzir as emissões dele é uma das formas mais eficazes e rápidas de desacelerar as mudanças climáticas.
Países que não aderiram
De acordo com uma agência de notícias, no entanto, três grandes potências emissoras de gases do efeito estufa – China, Rússia e Índia – não se assinaram o compromisso, enquanto a Austrália disse que não apoiará a promessa.
Entre os sul americanos, não aparecem na lista divulgada pelo departamento de Estado americano Paraguai, Venezuela e Bolívia.
Brasil e metano
O Brasil é o quinto maior emissor global de metano por causa principalmente da pecuária, uma vez que 61% das emissões de gases do agronegócio vem da fermentação entérica do gado, emitido pelo arroto do animal.
A agropecuária é, desde pelo menos 1990 (ano em que o governo começou a calcular as emissões por setor) o segundo maior emissor de gases de efeito estufa no Brasil, respondendo por 27% do total das missões brutas atuais. As atividades agropecuárias e o desmatamento, que estão diretamente ligados, respondem por 73% de todas as emissões de gases de efeito estufa do País.
Dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório do Clima mostram que as emissões da agropecuária no país estão maiores cada vez maiores: aumentaram 2,5% em 2020 em relação ao ano anterior.
Em 2019, as emissões de metano em nível global na atmosfera atingiu níveis recordes, cerca de duas vezes e meia maior do que na era pré-industrial.