Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de julho de 2023
O Brasil estreou na Copa do Mundo Feminina 2023, nesta segunda-feira, contra o Panamá, às 8h, em Adelaide, com sua principal estrela no banco de reservas. Apesar de estar 100%, segundo a técnica Pia Sundhage, Marta só entrou no segundo tempo. Mas por que a camisa 10, seis vezes melhor do mundo, não é titular da Seleção Brasileira?
A última partida de Marta como titular do Brasil foi em fevereiro do ano passado, no empate no amistoso com a Finlândia, em 0 a 0. Neste ano, ela jogou apenas 101 minutos pela seleção. Há algumas explicações para a ausência da atacante na escalação inicial desta segunda-feira e nos últimos anos. A principal delas é o momento da carreira da jogadora de 37 anos.
Marta já não tem o vigor de antes para jogar por 90 minutos tantas vezes seguidas em alto nível. Por isso, para ter o melhor da jogadora é necessário dosar a energia — e até mudá-la de posição como estuda Pia. Para a estreia, trata-se mais de uma precaução para que possa ser utilizada contra a França, a principal partida do Brasil no Grupo F. Ela também sentiu dores na coxa esquerda durante a preparação já na Austrália e ficou fora de alguns treinamentos. Sua presença não é tão fundamental contra o Panamá, o adversário mais fraco da chave.
Outro fator é a grave lesão sofrida pela jogadora ano passado. No início de 2022, Marta rompeu o ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho esquerdo, passou por cirurgia e ficou quase 10 meses em recuperação — só retornou em fevereiro deste ano. A contusão a tirou da Copa América do ano passado, que valia a classificação para o Mundial.
Por causa da cirurgia, nos dois últimos anos, a atacante atuou em 20 jogos entre seleção e Orlando Pride. Nos 90 minutos, só nove vezes. Com a camisa da seleção, foram apenas sete partidas, duas como titular e um total de menos de 300 minutos em campo.
Desde que Pia assumiu a seleção, no final de 2019, o Brasil já foi a campo 54 vezes, entre amistosos, torneios e competições oficiais. Destas, Marta esteve presente em 29 partidas, ou seja, pouco mais de 50% dos jogos. Todas as ausências da camisa 10 foram motivadas por algum tipo de lesão — na maioria, bem mais leves do que o rompimento do LCA — ou algum pedido de dispensa.
Ainda que não seja em todos minutos, a técnica sueca já deixou claro que não abrirá mão da maior craque da seleção, que fará sua despedida da Copa do Mundo nesta edição. Marta é maior artilheira do Mundial feminino (17 gols).