Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 6 de novembro de 2024
A decisão representa a maior alta dos juros básicos desde maio de 2022
Foto: ReproduçãoO Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nessa quarta-feira (6), elevar a taxa Selic de 10,75% ao ano para 11,25% ao ano. Com o aumento de 0,5 ponto percentual, o BC passa a adotar uma dose mais elevada para combater a inflação no País. Esta é a maior alta dos juros básicos desde maio de 2022.
“O ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed [Banco Central americano]”, diz a nota.
A Selic estava em 13,75% ao ano em julho do ano passado. Depois, o Banco Central deu início a um ciclo de cortes. Em junho deste ano, o Copom passou a decidir pela estabilidade da taxa, em 10,5% ao ano. Mas, em setembro, o BC anunciou o primeiro aumento de juros neste mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Portanto, a alta desta quarta-feira é a segunda consecutiva.
O Copom é formado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e por oito diretores da autarquia. A Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo BC para controlar a inflação. A taxa influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.
O mercado financeiro já esperava esse aumento de 0,5 ponto percentual da Selic na reunião desta quarta. Para o fechamento de 2024, a estimativa do mercado para o juro básico da economia é de 11,75% ao ano, de acordo com relatório “Focus”, divulgado pelo Banco Central. A pesquisa é feita com mais de 100 instituições financeiras.
Portanto, o mercado prevê que haverá mais altas para a taxa Selic no restante deste ano. O Copom costuma se reunir a cada 45 dias para definir o patamar da Selic. Em 2024, o colegiado vai se reunir mais uma vez, nos dias 10 e 11 de dezembro.
Juros reais
Apesar da alta da Selic, o Brasil caiu de posição no ranking de países com os maiores juros reais do mundo. O país ficou em terceiro lugar, atrás da Rússia e da Turquia, segundo o levantamento compilado pelo MoneYou. O juro real é formado, entre outros pontos, pela taxa de juros nominal do país subtraída a inflação prevista para os próximos 12 meses.
Na última divulgação, em setembro, o Brasil ocupava a segunda posição do ranking. O primeiro lugar era da Rússia e o terceiro, da Turquia. Neste mês, no entanto, a Turquia assumiu a liderança. Os juros reais do país saltaram de 5,47% para 15,18%. Na Rússia, a variação foi de 9,05% para 12,19%.
A Argentina continuou com o último lugar no ranking. Apesar de, em junho, ter perdido para a Turquia o posto de maiores taxas nominais da lista, o país também enfrenta uma inflação altíssima, o que acaba derrubando as taxas reais.