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Variedades Coração mais protegido: Estudo com 36 mil pacientes atesta que uso de dois medicamentos simples, combinados, pode evitar milhões de mortes por doenças cardíacas em uma década

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Nos 12 primeiros meses após o primeiro infarto, o risco de um segundo evento e de morte decorrente é maior porque os vasos sanguíneos estão mais sensíveis, o que facilita a formação de coágulos. (Foto: Reprodução)

Um tratamento complementar recebido logo após o primeiro infarto pode salvar milhares de vidas, segundo um estudo europeu publicado no Journal of the American College of Cardiology. Com base em dados de 36 mil pacientes atendidos entre 2015 e 2022 no Hospital Universitário de Skane, na Suécia, os pesquisadores concluíram que a combinação de estatinas e ezetimiba — medicamentos e acessíveis usados para reduzir o colesterol “ruim” — ao longo de 12 semanas diminui o risco de um segundo evento cardiovascular e de óbito. Doenças do coração e do sistema circulatório são as que mais matam no mundo.

Embora o acidente vascular cerebral (AVC) seja a principal causa de morte, o evento cardiovascular mais comum é o infarto do miocárdio. Segundo Carlos Alberto Pastore, cardiologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), o infarto ocorre devido à insuficiência de sangue oxigenado na região do coração, algo que ocorre quando há bloqueio ou entupimento de uma veia coronária. “A falta de irrigação leva o miocárdio (músculo cardíaco) a entrar em um processo de necrose, podendo resultar em óbito”, explica.

Nos 12 primeiros meses após o primeiro infarto, o risco de um segundo evento e de morte decorrente é maior porque os vasos sanguíneos estão mais sensíveis, o que facilita a formação de coágulos. Uma das estratégias para evitar a recorrência é reduzir o LDL, o chamado “colesterol ruim”, o que estabiliza as alterações vasculares. Atualmente, as diretrizes globais de tratamento incluem o uso de estatinas de alta potência imediatamente após um ataque cardíaco. Caso o paciente não responda adequadamente, também é receitado o tratamento complementar, com ezetimiba.

Ineficaz

Porém, segundo Margrét Leósdóttir, professora da Universidade de Lund, na Suécia, e coautora do estudo, muitas vezes, o paciente sofre o segundo infarto ou morre antes de se receitar a terapia complementar. “Essa intensificação do tratamento leva muito tempo, é ineficaz e os pacientes são perdidos”, disse, em nota. “Ao administrar aos pacientes um tratamento combinado mais cedo, podemos ajudar a prevenir muitos outros ataques cardíacos.”

No estudo mais recente, os pesquisadores analisaram os dados de pacientes com ataque cardíaco que receberam uma combinação de estatinas e ezetimiba (dentro de 12 semanas após o infarto), estatinas com ezetimiba adicionada posteriormente (entre 13 semanas e 16 meses) ou apenas estatina. O resultado mostrou que aqueles do primeiro grupo conseguiram reduzir o colesterol para o nível desejado precocemente, tiveram um prognóstico melhor e risco reduzido de novos eventos cardiovasculares ou de óbito, comparado aos demais.

Para os pesquisadores, muitos novos ataques cardíacos, derrames e mortes poderiam ser prevenidos a cada ano no mundo se a estratégia de tratamento fosse alterada. Em um cenário em que 100% dos pacientes recebessem ezetimiba precocemente, eles estimam que 133 infartos poderiam ser evitados em uma população de 10 mil pacientes em três anos. No Reino Unido, onde ocorrem 100 mil internações por causas cardiovasculares anualmente, isso equivaleria a prevenir 5 mil eventos em uma década, exemplificaram os autores.

Custos

“No momento, pacientes não estão recebendo esses medicamentos juntos. Isso está causando ataques cardíacos e mortes desnecessárias e evitáveis — e também gera custos desnecessários para os sistemas de saúde”, destaca Kausik Ray, pesquisador da Escola de Saúde Pública do Imperial College London, em Londres, e coautor do estudo. “Nossa pesquisa mostra o caminho a seguir; os caminhos de tratamento devem agora mudar para os pacientes após esse tipo de evento cardíaco”, defende. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 400 mil morrem por ano de doenças cardiovasculares, e o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta mais de R$ 1 bilhão anualmente no tratamento de enfermidades do tipo.

Margrét Leósdóttir esclarece que a terapia combinada não é aplicada, inicialmente, por dois motivos: não consta das diretrizes atuais, e os médicos seguem o princípio de precaução. “Esse princípio é aplicado para evitar efeitos colaterais e excesso de medicação”, explica. “No entanto, há efeitos positivos na aplicação de ambos os medicamentos o mais rápido possível após o infarto. Não fazer isso acarreta um risco aumentado. Além disso, o medicamento que examinamos no estudo causa poucos efeitos colaterais, está prontamente disponível e é barato em muitos países.”

Os autores esperam que o resultado da pesquisa sirvam de embasamento para mudar as recomendações globalmente. Na Suécia, um algoritmo tem sido usado para prescrever o tratamento para o “colesterol ruim” em pacientes que sofreram infarto do miocárdio. Segundo Leósdóttir, observou-se que os níveis desejados da gordura são atingidos mais cedo. “Dois meses após o infarto, o dobro de pacientes reduziu o colesterol ruim para o nível desejado”, relata. As informações são do portal Correio Braziliense.

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