Com o crescente número de brasileiros com o novo coronavírus, o governo e especialistas alertam para o risco maior que a doença representa para idosos e pessoas com problemas crônicos de saúde. Estudo do Centro de Controle de Doença (CDC) da China mostra que 2,4% dos pacientes morreram em razão da COVID-19. Quando considerados pacientes de 70 a 79 anos, porém, a taxa de letalidade sobe para 8%, e entre os pacientes com mais de 80 anos, 14,8% dos casos resultaram em morte.
Para esse público mais suscetível, a geriatra ajudou, a pedido do jornal O Globo, a criar um guia com recomendações e novos hábitos para evitar a contaminação:
– Abandone o lenço de pano: Ele já foi símbolo de elegância, mas não é higiênico. Após um espirro, o vírus pode ficar horas no pano. Caso o lenço vá para o bolso, contaminará as mãos depois. Prefira os de papel descartáveis e cubra nariz e boca com o braço ao tossir ou espirrar.
– Cada um com seu copinho: O copinho coletivo do filtro ou da moringa deve ser aposentado. Evite compartilhar outros utensílios, como talheres, pratos ou garrafas. Use menos o ar-condicionado e deixe a casa mais aberta para ventilar naturalmente.
– Atenção com as crianças: As crianças podem trazer vírus da rua ou da escola. Por isso, é fundamental que elas estejam sempre vacinadas: é o chamado “efeito rebanho”, ou seja, protege todo mundo. Outro cuidado importante é lembrá-las de lavar bem as mãos ao chegar.
– Longe das aglomerações: Não é preciso ficar confinado em casa, mas é melhor evitar aglomerações e contato com pessoas doentes. Há muita gente com o vírus influenza agora. Por isso, assim que for liberada, em 23 de março, é fundamental tomar a vacina contra a gripe.
– Saúde em dia: Faça atividade física, alimente-se bem e beba muita água. Mantenha as visitas ao médico atualizadas para garantir que eventuais doenças, como diabetes, problemas cardíacos ou respiratórios, estejam controlados e não haja anemia ou desidratação.
Para as crianças
O jornal O Globo ouviu três especialistas para criar um guia para pais e educadores tratarem do tema com as crianças. Eles recomendam evitar alardes desnecessários e reforçar os ensinamentos de prevenção às doenças respiratórias, com dicas lúdicas sobre hábitos de higiene.
– Como explicar a doença? De forma simples e direta: que se trata de um novo vírus, de transmissão respiratória, como tantos outros que circulam entre nós. Pode-se dizer que não há vacina e que por isso é importante a prevenção.
– Não alarme os pequenos: O coronavírus é uma doença respiratória e, para evitá-la, é preciso tomar os mesmos cuidados que deveríamos adotar com a gripe, por exemplo. Não há motivo para pânico quando os cuidados de higiene são adotados. Não é necessário ressaltar o número de mortes porque pode criar uma percepção de risco maior do que é de fato.
– Meu filho está espirrando. O que fazer? No cenário atual, nada muda. Ou seja: com ou sem coronavírus, se a criança está doente, especialmente com doenças febris ou respiratórias, não é para levá-la para a escola. Estas doenças são transmissíveis. Se não há doença alguma, gripe, diarreia, conjuntivite, a vida segue normal.
– Meu filho está com suspeita da doença: Crianças que apresentam sintomas de coronavírus e se encaixam na classificação de caso suspeito não devem ir à escola. A medida deveria ser adotada em qualquer quadro de doença respiratória. A higienização total da sala também deve ser feita e as aulas podem transcorrer normalmente.
– E se o coleguinha tem os sintomas? Criança com tosse, febre, coriza e outros sintomas tem todo dia na escola. Infelizmente os pais levam seus filhos para o colégio mesmo doentes. Basta abaixar a febre, por exemplo. E isso ocorre, muitas vezes, por desconhecimento. Em relação a sintomas inespecíficos, hoje, com nenhum caso de coronavírus confirmado entre crianças, não há o que fazer. É importante destacar que as crianças não são vítimas preferenciais do coronavírus.
– Higienizar computadores e celulares: Ao chegar em casa é aconselhável lavar logo as mãos e a dica é aproveitar este momento para também limpar o celular, com álcool em gel. Teclados de computador, na maioria das vezes esquecidos, podem também ser higienizados.
– Ambientes arejados e ventiladas: Assim como na escola, as janelas de casa podem ficar abertas. Mesmo no verão, quando os vírus respiratórios não circulam como no inverno.