Durou mais de oito horas o depoimento à Polícia Federal (PF) do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Ele começou a ser ouvido sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado às 15h de segunda-feira (11). O depoimento, que terminou por voltado das 23h30min, foi tomado na sede da PF em Brasília. Ele deixou o prédio por volta de 0h15min.
Mensagens trocadas com militares e reuniões sobre as “minutas golpistas” eram alguns dos focos da oitiva. O depoimento de Cid fez parte do acordo de colaboração premiada que ele fechou com a PF.
Promoção no Exército
Cid poderia ser promovido de tenente-coronel do Exército para coronel em abril em razão do tempo de serviço. Mas já há decisão na cúpula militar de que ele seja mantido na atual patente.
Se confirmada, a decisão será considerada atípica, pois bastaria cumprir requisitos de antiguidade e bravura, algo que Mauro Cid preenchia até virar pivô de diversas investigações na Polícia Federal.
Entre os fatores apontados para que Cid não seja promovido estão o fato dele não ter o comando o 1º Batalhão de Ações e Comandos, unidade de Operações Especiais, em Goiânia.
Cid chegou a ser indicado ao cargo no fim do governo Bolsonaro, mas a decisão foi revertida pelo atual Comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva. A função estratégica era considerada fundamental para que ele pudesse ser promovido.
Além disso, o tenente-coronel está afastado do trabalho em um ano considerado essencial para o militar se destacar na carreira.