O desejo por um corpo mais harmonioso e proporcional leva muitas pessoas a buscarem procedimentos estéticos, mas um fator essencial muitas vezes é ignorado: a anatomia individual. O mesmo procedimento pode ter efeitos completamente diferentes dependendo do formato corporal, da estrutura óssea e da distribuição de gordura de cada paciente. Compreender essas características individuais é essencial para garantir resultados mais naturais, harmoniosos e que ressaltem a beleza de cada um.
Segundo a cirurgiã plástica Luiza Hassan, especialista em contorno corporal, a análise do corpo do paciente vai além da aparência superficial. “É fundamental observar a anatomia do paciente, incluindo o biotipo, a musculatura, o formato do tórax, desvios posturais, consistência da pele e distribuição de gordura. Entre outras variáveis, essas são individuais e essenciais para determinar a técnica cirúrgica mais apropriada, garantindo que o resultado seja o mais natural e proporcional possível ao corpo da paciente”, afirma.
A cirurgia de mamas, uma das principais no ranking de cirurgias no Brasil, é bastante impactada pelo contorno corporal, já que o formato do tórax interfere diretamente no resultado do decote: paciente com tórax mais arredondo costumam ter as mamas naturalmente mais afastadas, levemente divergentes, do que as que possuem formatos de tórax mais reto, quando as mamas são melhor centralizadas e o decote mais juntinho. “Informar essas particularidades à paciente é importante no planejamento e alinhamento de expectativas”, afirma Luiza.
As pacientes com um formato corporal mais retangular, por exemplo, com menos curvas e quadril estreito, podem se beneficiar de procedimentos que enfatizam a definição da cintura, como a lipoescultura e o remodelamento costal minimamente invasivo. Já pacientes com o corpo em formato ampulheta costumam ter suas curvas facilmente realçadas somente com uma lipoaspiração. A distribuição de gordura também influencia a escolha do tipo de cirurgia: mulheres mais magrinhas, sem depósitos de gordura, na intenção de aumentar as mamas ou os glúteos acabam recorrendo a próteses de silicone para aumento dessas regiões, enquanto as que possuem mais gordura localizada podem se beneficiar de procedimentos envolvendo lipoenxertia.
A médica ressalta que outro aspecto importante é a elasticidade da pele: quando ela é naturalmente mais firme, costuma ser possível realizar procedimentos menos invasivos com tecnologias de retração tecidual e recuperação mais rápida. Entretanto, em casos de pele mais fina, flácida, com grandes sobras de tecido e estrias, com procedimentos de retirada de pele e cicatrizes maiores, o uso de técnicas mais invasivas, como a abdominoplastia, mastopexia ou lifting de braços, pode ser necessário para alcançar melhor contorno. Geralmente, costuma ocorrer em grandes emagrecimentos.
“Cada paciente é um caso único e a análise detalhada do corpo é essencial para oferecer resultados que respeitem as proporções naturais e valorizem as características individuais”, encerra a especialista.
(As informações são do jornal O Globo)