O Planalto já concluiu que o general Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras, tanto quanto seu antecessor, perdeu o controle sobre a corporação na estatal, sobretudo gerentes e superintendentes que agem como se fossem os “donos”, ignorando diretrizes e sobretudo desafiando orientações do acionista majoritário, representado pelo presidente da República. A conclusão é que faltou firmeza ao general para assumir o controle, substituindo esses chefetes por executivos de sua confiança.
Caixa fez diferente
Bolsonaro elogia em conversas reservadas a gestão do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que assumiu de fato o comando do banco.
Assim é que se faz
Guimarães trocou uma centena de chefes por funcionários de confiança, incluindo vice-presidentes e superintendentes. A Caixa deu um salto.
Estatal não explora
Ao contrário da Petrobras, que só prioriza lucros cavalares, na Caixa prevalece a redução de juros e o aumento da eficiência.
Tudo dominado
Chefetes da Petrobras agem como “donos”, forçando preços abusivos, mas são muito afáveis com grupos de pressão de acionistas privados.
São 81 senadores e 193 passaportes diplomáticos
Os 81 senadores acumulam, além de gordos salários (R$ 33,7 mil/mês), verba de gabinete (R$ 160 mil/mês) e um super cotão para o que quiserem (R$ 44 mil/mês), 193 passaportes diplomáticos, que dão direito a furar fila na imigração e outras benesses na entrada e saída dos países. A regalia se estende a cônjuges e filhos (até adultos), que não têm qualquer função pública e, em teoria, sequer acompanham os parlamentares em missões oficiais. Campeão dessa mamata, Omar Aziz, presidente da CPI da Pandemia, garantiu seis passaportes vermelhos.
Tem para todos
Além dos senadores, cônjuges, filhos e enteados, os passaportes são emitidos também para suplentes, quando tomam posse, e familiares.
Deu ruim, peixe
Romário (PSB-RJ) aparece na lista como único senador que teve o passaporte diplomático “extraviado”. Recebeu um segundo prontamente.
Exemplo solitário
Conhecido pelo zelo com dinheiro público, caso raro entre os senadores, Reguffe (DF) é o único a dispensar a regalia do passaporte diplomático.
Vida difícil
O partido Podemos, que pediu o afastamento de Davi Alcolumbre (DEM-AP) da presidência da CCJ, diz que as denúncias de rachadinha contra o amapaense também serão investigadas pelo Conselho de Ética.
Demora recorde
A indicação do ex-ministro André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal completa esta semana, dia 19, três meses estacionada na gaveta do senador Davi Alcolumbre, na CCJ do Senado.
Pela culatra
O governador Helder Barbalho (MDB) diz ter ido à COP26 apresentar ao mundo a “estratégia” para “manter a floresta em pé”. Ainda bem. O Pará é o estado que mais desmata e registra queimadas no Brasil.
Ideia fixa
A partir desta terça (16), faltarão 45 dias para o fim de 2021, mas em Brasília a conta que vale é do recesso parlamentar, dia 22 de dezembro. Na realidade, falta menos de um mês de trabalho no Congresso.
Dedicação premiada
Ex-secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Orlando Leite Ribeiro será embaixador em Madri, ambicionado posto da diplomacia. É a força da ministra Tereza Cristina.
Isto não divulgam
Só 2,8 milhões de quilômetros quadrados preservados das propriedades rurais no Brasil são maiores que cada um de 186 dos 195 países do mundo. Mas isso foi ignorado no noticiário sobre a COP26, em Glasgow.
Embaixador Carrero
O governo de Portugal deve anunciar a qualquer momento o agrément (“aprovação”) do ministro do TCU Raimundo Carrero para chefiar a embaixada do Brasil em Lisboa. A indicação de Carrero, amigo pessoal do presidente Jair Bolsonaro, ainda passará por sabatina no Senado.
Saramago, 99
Autor do Ensaio sobre a Cegueira e primeiro escritor de língua portuguesa a ser agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, o português José Saramago completaria 99 anos nesta terça-feira (16).
Pensando bem…
…faltam 320 dias para as eleições 2022, mas todo mundo finge que não está contando.
PODER SEM PUDOR
Guia para hipocondríacos
Então senador, Arthur Virgílio (PSDB-AM) jantava no restaurante Alcaparra, no Rio, quando um cidadão, Dr. Tanus Tauk, foi à sua mesa, cumprimentou-o e ofereceu um exemplar de um livreto de sua autoria, “Passaporte da Saúde”. É um guia útil para quem viaja ao exterior. Contém, em seis idiomas, os nomes dos principais remédios de que um viajante pode necessitar e pode comprar sem receita. E explica como pedi-los nos seis idiomas. Arthur Virgílio pediu mais dois exemplares, autografados, para oferecer, um ao ex-presidente José Sarney, outro para o governador de São Paulo, José Serra.
Com André Brito e Tiago Vasconcelos