O governo Bolsonaro, em meio a acertos na área econômica, deve se entender melhor consigo mesmo. Precisa afinar o discurso para não transmitir a impressão, senão a certeza, de que fulano pensa assim, sicrano pensa assado e todo mundo, no final das contas, pensa contrariamente ao presidente.
Motivo da existência
A política ainda é, no mundo civilizado, o espaço para a discussão dos assuntos da cidadania e dos interesses da coletividade.
Unidade e contradição
Ontem, o PT comemorou, no Rio de Janeiro, 40 anos de fundação. Com as participações de representantes de PSB, PSol, PC do B e PDT, debateu à tarde o tema A unidade dos progressistas contra o neoliberalismo e a extrema direita. Pela manhã, surpreendendo, autorizou alianças com PSDB, DEM e PSL nas eleições municipais.
Fósforo aceso
No encerramento do evento, o ex-presidente Lula incendiou: “Se não formos para a rua lutar e resistir, estaremos perdidos.”
Rumo rejeitado
A 9 de fevereiro de 2007, dirigentes do PT, reunidos em Salvador, deram pouca importância ao documento elaborado pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que pregava a refundação do partido. Apontava para menor participação da corrente interna Campo Majoritário, integrada pelo presidente da executiva nacional, Ricardo Berzoini, o presidente Lula e o ex-deputado cassado José Dirceu, entre outros nomes de expressão.
A aceitação teria alterado a história do PT.
Conferir de perto
As assessorias técnicas das bancadas de oposição na Assembleia Legislativa, a partir dos próximos dias, começará a acompanhar as repercussões dos projetos aprovados na convocação extraordinária de janeiro. Pretende conferir se não se trata de uma “reforma aguada”, como alguns já intitularam.
Está faltando
O modelo de Autoavaliação Assistida, que o governo de São Paulo utiliza, será oferecido em março aos gestores no Palácio Piratini. Baseado no diagnóstico empresarial, avalia o desempenho dos servidores, promovendo a cultura da melhoria contínua e da inovação.
Previsão correta
Há dois anos, quando era presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Luiz Fux definiu o risco das redes sociais entrando nas campanhas: “Notícias falsas vão derreter candidaturas legítimas.” Nada mudou.
Linha direta
Textos do professor mineiro Sacha Calmon circularam entre os que ajudam a elaborar a reforma administrativa, chegará ao Congresso Nacional. Um dos trechos sublinhados, lido e relido por técnicos:
“A solução é diminuir o tamanho do Estado. Isso permitiria estabelecer com relativa presteza a ética na administração pública e a eficiência na gestão da coisa pública, ora inadministrável. Chama-nos a atenção as penas lenientes para os crimes contra a administração pública, sejam os cometidos por funcionários ou por particulares.”
Não resistiu à pressão
Fernando de la Rúa assumiu a presidência da Argentina em dezembro de 1999. Diante da crise que considerava incontornável, anunciou uma série de medidas de ajuste fiscal em julho de 2001. Em pronunciamento de 16 minutos à nação, informou que os altos salários do Estado estavam eliminados e garantiu que nenhum funcionário receberia remuneração maior que a do presidente. Inclui a redução imediata de 13 por cento dos salários de todos os servidores públicos e das aposentadorias acima de 300 dólares. Finalizou dizendo: “Temos que aprender a viver com o que temos.”
Caiu cinco meses depois.
Sem subterfúgios
Especialistas costumam dizer: na Economia, não existe otimismo ou pessimismo. Existe apenas o realismo. A Economia é uma ciência exata, o resultado se deve àquilo que se faz.
Sabedoria popular
Da coleção de frases antológicas ditas em palanques de campanhas eleitorais: pílula anticoncepcional não enche barriga.