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Correm atrás do asfalto

O secretário estadual dos Transportes, Juvir Costella, decidiu concluir obras em andamento antes de iniciar outras. (Foto: Divulgação)

Quando um automóvel empoeirado estaciona no Centro Administrativo Fernando Ferrari e dele sai uma pessoa apressada, provavelmente é prefeito de um dos 65 municípios do Estado que ainda não têm ligação asfáltica com rodovias. Na portaria, pede informações e vai até 7º andar apelar ao secretário estadual dos Transportes, Juvir Costella. Acontece com muita frequência.

Para não ficar no meio do caminho

Muitos saem decepcionados do encontro com Costella. Ele reconhece os prejuízos de municípios, cuja população precisa enfrentar chão batido para chegar a rodovias asfaltadas. Quando chove, torna-se intransitável por causa do barro. Ambulâncias não chegam a hospitais mais equipados e nem os alunos vão a escolas em cidades próximas. Em tempo de seca, os passageiros ficam empoeirados ao final de trechos que vão de 10 a 30 quilômetros. Diante do pouco dinheiro em caixa, Costella prefere terminar as obras em andamento e não começar novas. Cortar fita e inaugurar placa de início de obra vira notícia, mas ele acredita e tem razão: não dá mais para enganar e fazer demagogia.

Alguns prefeitos concordam, mas perguntam: qual empresário se interessará por um município de estrada de ligação sem asfalto? Sem investimentos não surgem mais empregos. É o resumo do drama.

Risco de aumento dos pedágios

A EGR toma conta de 908 quilômetros de estradas no Estado e é a terceira maior empresa de pedágio em extensão de malha do País. No ano passado, teve receita de 255 milhões de reais, totalmente aplicada na conservação, na execução de obras, nos serviços de ambulâncias e guinchos, além do pagamento de custos administrativos e de pessoal.

A hipótese de deixar de ser pública determinará consequências negativas, a começar pelo aumento da tarifa. Qualquer empresa que vier a assumir acrescentará itens como lucro, dividendos aos acionistas e impostos dos quais a EGR está isenta.

Não haverá calote

O Rio Grande do Sul ganhou ontem um novo aliado: o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli. Para o grupo de deputados, liderado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Luis Augusto Lara, o ministro afirmou que a fase é de cumprimento de sentença dada em outubro do ano passado. Quer dizer, a União deverá ressarcir ao governo do Estado os repasses que deixou de fazer da Lei Kandir ao longo de 20 anos. O valor estimado é de 60 bilhões de reais.

Mesma linha

A escolha do economista Cláudio Coutinho para presidir o Banrisul segue o critério adotado com Marco Aurelio Santos Cardoso na Secretaria da Fazenda e Leany Lemos no Planejamento. Por não serem do Estado, o governo pretende mantê-los distantes da influência exercida pelas corporações, possibilitando a adoção de medidas mais rigorosas.

Teste da frigideira quente

Ao mandar averiguar a postura do próprio partido, diante da denúncia de uso indevido do fundo eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro demonstra rigor contra a corrupção. Denunciar os adversários torna-se fácil. Desafio é quando envolve aliados.

Na terra do absurdo

O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, afirmou ontem, na Câmara dos Deputados, que a empresa não pode ser condenada pelo acidente que aconteceu em sua barragem. O argumento é de um cretino para quem os 320 mortos não contam.

Passaram-se 22 dias da tragédia e as perguntas ainda estão sem resposta: como explicar a fragilidade das barragens num estado essencialmente minerador? Por que o refeitório e as áreas administrativas estavam no caminho da onda de rejeitos? A empresa pretende reconstruir ou revitalizar o vilarejo do Córrego do Feijão? Fugirá da responsabilidade como faz a Samarco há três anos?

Há 90 anos

A 15 de fevereiro de 1929, Getúlio Vargas deixou o governo do Rio Grande do Sul e se lançou candidato à Presidência da República, na sucessão de Washington Luiz. Perdeu nas urnas mais chegou ao poder a 3 de novembro de 1930.

Participação indispensável

A equipe brasileira que irá ao Torneio Mundial de Mágicos, em Tóquio, estará incompleta se não incluir alguns secretários estaduais da Fazenda. Tiram dinheiro da cartola e do bolso do colete.

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