A disputa pela presidência da Câmara dos Deputados entrou em uma nova fase, com os principais pré-candidatos disputando os votos dos deputados e o apoio dos partidos da Casa. O apoio do presidente Lula também é almejado, apesar de o governo dizer que não se envolverá.
A última semana foi marcada por demonstrações de força. Após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizar apoio a Hugo Motta (Republicanos-PB), os deputados têm se reorganizado para fazer frente ao agora favorito.
Antes, o esperado era que Lira apoiasse Elmar Nascimento (União Brasil-BA). Com a reviravolta, União e PSD se articulam para lançar uma candidatura única, formando uma aliança entre Elmar e Antônio Brito (PSD-BA), antes adversários diretos. Isso intensificou a corrida por apoios.
Se contar oficialmente com o apoio de Lira – que ainda não fez um anúncio público –, Motta poderá contar com os votos de PP e PL, além dos de seu próprio partido. Com isso, o deputado do Republicanos deve receber até 186 votos.
O próprio Hugo Motta, no entanto, diz já contabilizar até 320 votos. O deputado é visto como um dos herdeiros de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, e tem se articulado para reunir os votos do Centrão.
Já Elmar e Brito contabilizam o apoio de União Brasil, PSD, PRD, PDT, Avante, Solidariedade e a federação PSDB/Cidadania. As siglas contam com 155 votos.
Na tentativa de atrair o governo, Elmar se reuniu nesta semana com o presidente Lula. Também teve um encontro com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Brito também deve conversar com o Planalto.