Quarta-feira, 12 de março de 2025
Por Redação O Sul | 3 de fevereiro de 2025
Concorrendo a 13 estatuetas, longa francês é criticado principalmente por visão por sua representação da protagonista trans e visão caricatural do México.
Foto: Divulgação“Emilia Pérez”, musical em espanhol com pitadas de thriller e comédia do diretor francês Jacques Audiard. Desde sua estreia, o filme sobre um narcotraficante mexicano que desaparece e ressurge como mulher trans em busca de redenção vem acumulando fãs e haters. Por um lado, soma prêmios e indicações – o longa levou quatro Globos de Ouro e concorre a 13 estatuetas no Oscar. Por outro lado, vai angariando críticas.
A seguir, entenda quais são as principais polêmicas em torno do filme que traz no elenco Karla Sofía Gascón, Zoe Saldaña e Selena Gomez.
Representação trans
Muitos críticos e associações ligadas à comunidade LGBTQIA+ criticaram “Emilia Pérez” por sua decisão de usar a identidade transgênero da protagonista como um arco de redenção e uma ferramenta para escapar de seu passado cruel no cartel de drogas. No filme, a protagonista do musical finge sua própria morte e, ao fazer a transição, parece mudar de personalidade e passa a ajudar as vítimas da violência dos cartéis.
O site Pink News escreveu que o filme “perde todas as nuances quando se trata de identidade trans”, opinião que muitos críticos compartilham. Em um longo artigo de opinião, a GLAAD criticou o filme como um “retrato profundamente retrógrado de uma mulher trans”, chamando-o de “retrocesso na representação trans”.
Muitos também criticam a música “La vaginoplastia”, que rapidamente se tornou viral por sua simplificação excessiva das cirurgias de afirmação de gênero em uma lista de verificação completa: mamoplastia, vaginoplastia, rinoplastia, laringoplastia e condrolaringoplastia, além de uma cirurgia de redução do pomo de Adão. No filme, o médico canta “pênis para vagina” e “homem para mulher” durante uma explicação risível do procedimento médico.
Atriz principal
A atriz de “Emilia Pérez” se viu em meio a uma polêmica após declaração em que sugeria ataques por parte da equipe de Fernanda Torres e de “Ainda estou aqui”. Após repercussão em veículos americanos, Gascón esclareceu que não quis atribuir os ataques as pessoas diretamente ligadas à brasileira, e que estava falando, na verdade, do clima tóxico nas redes sociais. De toda forma, a polêmica foi grande o bastante para muitos sugerirem que ela estaria violando regras do Oscar.
Logo depois, o nome de Gascón voltou a ganhar os holofotes após a internet resgatar uma série de posts antigos da atriz no X, quando a rede ainda era conhecida como Twitter. Os tweets polêmicos envolvem opiniões sobre muçulmanos, George Floyd e até mesmo a diversidade no Oscar.
Os posts repercutiram em publicações como Variety e Deadline. Os tweets em questão foram deletados das redes após viralizarem.
Protagonistas
Entre os intérpretes dos seis personagens principais, apenas Adriana Paz é mexicana. Entre as três de maior destaque, Karla Sofia Gascon é espanhola, enquanto Zoe Saldaña e Selena Gomez são americanas.
O diretor buscou se justificar. “Vi muitas atrizes no México, conheci atrizes trans, mas simplesmente não estava funcionando”, disse Audiard em uma sessão de perguntas e respostas promovida pelo The Hollywood Reporter. “E então não me lembro exatamente como aconteceu, mas em um período muito curto de tempo, conheci Karla Sofía Gascón… E então conheci Zoe [Saldaña] no Zoom, e algo apareceu muito claramente para mim.”