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Política CPI da Covid aprova acareação entre o ministro Onyx Lorenzoni e o deputado federal Luis Miranda

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Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A CPI da Covid aprovou, nesta quarta-feira (11), a realização de uma acareação entre o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni.

O pedido de acareação foi protocolado pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). No requerimento, o senador ressaltou as “contradições” envolvendo as diferentes versões apresentadas sobre o processo de importação da vacina indiana Covaxin.

A aquisição do imunizante foi recentemente cancelada pelo governo brasileiro, após as suspeitas de irregularidades no contrato. Além da CPI, o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas da União e a Polícia Federal investigam as tratativas do governo para a compra da Covaxin.

O deputado federal Luis Miranda e seu irmão Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, denunciaram à CPI supostas fraudes na documentação e nas negociações, que foram intermediadas pela empresa Precisa Medicamentos. Os Miranda também relataram pressão pela liberação da Covaxin enquanto a área técnica apresentava indícios de irregularidades no contrato.

Em junho, quando era ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni disse que o presidente Jair Bolsonaro determinou à Polícia Federal que investigue as declarações do deputado sobre as suspeitas quanto à compra da Covaxin. Segundo o ministro, as falas são “mentirosas” e foram construídas para “atingir a imagem do presidente Jair Bolsonaro”.

 Ivermectina

Em depoimento à CPI da Covid nesta quarta, o representante da Vitamedic Jailton Batista confirmou que a farmacêutica obteve lucros expressivos durante a pandemia de Covid-19 com a venda de ivermectina. O remédio é um antiparasitário usado no tratamento de sarna, verme e piolho e não tem eficácia comprovada contra o coronavírus.

O diretor também admitiu que a farmacêutica financiou, a um valor de R$ 717 mil, uma campanha publicitária que defendia tratamentos sem comprovação científica para a Covid-19. A campanha exaltava, entre outros medicamentos, o uso da ivermectina.

Senadores defenderam o pagamento de  indenizações para pacientes que usaram o remédio. “A empresa que o senhor dirige trabalhou para o povo brasileiro ser ludibriado, enganado”, afirmou o senador Otto Alencar (PSD-BA) ao diretor.

Para o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), é “inevitável” que a Vitamedic e outras farmacêuticas respondam pela morte de infectados pelo coronavírus. “Alguém, de uma forma ou de outra, vai ter que pagar esses custos. Como ela [a Vitamedic] não pode dimensionar qual foi o impacto e a evolução da venda e da produção do remédio em função da propaganda do presidente e da sua família, vai sobrar para a indústria o pagamento dessas óbvias indenizações. Esta terá que ser uma consequência da Comissão Parlamentar de Inquérito”, afirmou.

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