Domingo, 26 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de setembro de 2023
O depoimento foi marcado para esta terça-feira (26).
Foto: Valter Campanato/Agência BrasilA Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro vai ouvir, nesta semana, o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Jair Bolsonaro, general Augusto Heleno.
A relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSB-MA), afirmou que o depoimento foi marcado para esta terça-feira (26). Já nesta quinta-feira (28), a CPI deve ouvir Alan Diego dos Santos, um dos envolvidos na instalação de uma bomba em um caminhão de combustível nas imediações do Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera do Natal do ano passado.
O cronograma até aqui prevê que o relatório da CPI seja divulgado no dia 18 de outubro, ou seja, daqui a menos de um mês. Os requerimentos de convocação de Augusto Heleno e Alan Diego já foram aprovados pela CPI. Por isso, o agendamento das oitivas não requer nova votação, apenas acordo entre os integrantes do colegiado.
Na última semana, a CPI tentou ouvir George Washington de Oliveira Sousa, outro envolvido no caso da bomba no aeroporto. Ele, no entanto, ficou em silêncio para todas as perguntas.
Augusto Heleno e Alan Diego já foram ouvidos pela CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
O ex-ministro de Bolsonaro afirmou, na oportunidade, que os acampamentos golpistas em frente aos quartéis eram um “lugar sadio”. E que a frase sobre precisar de calmantes para evitar medidas “mais drásticas” contra o Judiciário era uma “brincadeira”.
“Eu não estive nenhuma vez no acampamento. Conhecia de fotografias. Mas acredito, pelo que se escuta, que o acampamento era um local sadio, onde se fazia muitas orações, se reuniam para conversar sobre assuntos políticos”, minimizou.
“Mas não sei como era a organização do acampamento. Tinha inclusive crianças, muitas mulheres. Durou muito tempo, sem nenhum acontecimento de maiores consequências ruins. Era uma manifestação ordeira e disciplinada”, acrescentou.
Já Alan Diego informou ter sido “ameaçado” para transportar a bomba que foi colocada no caminhão – e identificada pela polícia antes de ser detonada.
“Precisava colocar para manter minha família em segurança. Eu levei, porque tinha que levar para eu não sofrer represália. Eu tenho medo. Não sei se minha família alguém já morreu, ninguém deixa eu falar com a minha família”, disse.
Alan Diego está preso e foi condenado a 5 anos e 4 meses de reclusão pelo caso.