Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 12 de novembro de 2015
A CPI do BNDES aprovou nesta quinta-feira (12) a convocação do pecuarista e empresário do setor sucroalcooleiro José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para explicar suspeitas de tráfico de influência e de irregularidades na obtenção de empréstimo do banco. A aprovação ocorreu em um momento de desatenção da base aliada do governo Dilma, que tem conseguido barrar requerimentos contrários a petistas nas CPIs do Congresso.
A oposição conseguiu reunir mais deputados e impôs uma derrota com 13 votos favoráveis à convocação de Bumlai e três contrários. Na semana passada, a CPI solicitou documentos sobre os empréstimos de Bumlai, mas não conseguiu votar a sua convocação. Depois da derrota na votação sobre Bumlai, a base aliada se reorganizou e conseguiu rejeitar a convocação do ex-secretário do Tesouro Arno Augustin, apontado como responsável pelas pedaladas fiscais. Os deputados aprovaram a convocação do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, delator da Operação Lava-Jato, por sua atuação na empresa Sete Brasil, que receberia recursos do BNDES.
Bumlai tinha acesso franqueado ao gabinete de Lula durante os oito anos em que o petista comandou o Palácio do Planalto. Os dois se conheceram em 2002, apresentados pelo ex-governador sul-matogrossense Zeca do PT, e estreitaram a relação nos anos seguintes. Um dos delatores da Lava-Jato, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, afirmou em depoimento ao Ministério Público Federal que repassou 2 milhões de reais a Bumlai referentes a uma comissão a que o pecuarista teria direito por incluir Lula em uma negociação para um contrato.
Baiano era representante da empresa OSX, que tinha interesse em entrar na licitação para a construção de navios-sonda para explorar o petróleo da camada do pré-sal. Os 2 milhões de reais, ressaltou o delator, seriam repassados a uma das noras de Lula para quitar uma dívida imobiliária.