Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2023
A reunião da CPI dos Atos Extremistas desta terça-feira (6) iniciou com um bate-boca que envolveu parlamentares do governo, o presidente do colegiado, Arthur Maia (União Brasil-BA), e integrantes da oposição.
Os embates começaram depois que o deputado Rogério Correia (PT-MG) questionou a presença do deputado André Fernandes (PL-CE), alegando que o parlamentar do PL é investigado por suposto envolvimento nos atos de 8 de janeiro. Na avaliação do petista, Fernandes não poderia participar da CPI.
Correia pediu que Fernandes seja retirado da CPMI e substituído por outro membro e disse que o questionamento será dirigido a Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado e do Congresso.
O deputado Filipe Barros (PL-PR) saiu em defesa de André Fernandes, afirmando entender ser uma questão “vencida” porque outras CPIs foram integradas por pessoas investigadas.
O presidente da CPI, Arthur Maia (União Brasil-BA), disse, então, que não tomaria conhecimento do pedido de Correia, uma vez que não cabe ao presidente do colegiado, mas sim aos líderes, indicar os integrantes da comissão.
“Não existem deputados pela metade. Ou o deputado é deputado e pode participar de qualquer comissão nesta casa, ou não é e não pode fazê-lo. Quero dizer também que a indicação de membros da CPI não compete ao presidente do colegiado e, sim, aos líderes partidários”, afirmou o presidente do colegiado.
Arthur Maia foi aplaudido por parlamentares da oposição ao governo. Já paralamentares governistas contestaram a fala. Segundo a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Fernandes é alvo do mesmo objeto de investigação da CPMI. Ela citou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como exemplo, uma vez que o parlamentar é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, alvo de 24 processos e “não poderia estar nesta CPMI também”.
Os ânimos se exaltaram, alguns parlamentares elevaram o tom de voz. Na sequência, a confusão foi controlada por Maia, e a relatora da CPI, Eliziane Gama (PSD-MA), iniciou a leitura do plano de trabalho da comissão.
Plano de trabalho
Após o episódio, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), leu o plano de trabalho à comissão. Ela afirmou que o período de investigação começará com as manifestações contrárias o resultado legítimo do pleito de 2022, os ataques à sede da PF (Polícia Federal) em 12 de dezembro do ano passado e a tentativa de bomba no aeroporto de Brasília, no dia 24 do mesmo mês.
A CPMI vai apurar ainda o planejamento dos atos golpistas de 8 de janeiro e a atuação dos órgãos de segurança locais e nacionais sobre a invasão aos prédios da praça dos Três Poderes.
A investigação quer focar, principalmente, em quem financiou a estadia dos responsáveis pela invasão e pelo acampamento em frente ao quartel do Exército.
A CPMI também terá uma frente de investigação sobre a atuação de integrantes das Forças Armadas, com convocações e requerimento de informações.
Também serão alvo de inquérito as manifestações públicas em redes sociais de autoridades contra a vitória de Lula (PT) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas.
A relatora pretende ainda traçar identificar se há envolvimento entre o tenente-coronel Mauro Cid, aliado de Bolsonaro, com pessoas envolvidas nos atos golpistas.