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Cresce o número de jovens formados em Inteligência Artificial no País

André Barros, pesquisador da UFG, apresenta o robô para ajudar na logística urbana. (Foto: Edla Lula)

Não é novidade que a inteligência artificial tem revolucionado o mercado de trabalho e é usada por diversas áreas do conhecimento. A tecnologia, que se popularizou com o ChatGPT, permite que computadores e máquinas simulem a inteligência humana e a sua capacidade de resolução de problemas. Atualmente, encontrar profissionais especializados na área não é tarefa difícil para as empresas brasileiras – e também de outros países.

Bacharelados e cursos tecnólogos com foco em IA começaram a surgir no País em 2019 e, hoje, já existem 53 graduações na área registradas do Ministério da Educação (MEC).

A Universidade Federal de Goiás (UFG) foi a primeira a oferecer um curso de bacharelado só focado nessa área. Há outros que trabalham a IA juntamente com áreas correlatas, como Ciência de Dados e tecnólogos específicos para IA. Ele hoje é o 3.º com maior nota de corte da instituição, atrás apenas de Medicina e Engenharia de Software.

Segundo projeção da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) em 2021, a área de IA deve gerar 77,8 mil empregos no Brasil até 2026, o correspondente a 13,8% de todos em empregos no setor de Tecnologia.

Apesar disso, o campo, que ganhou impulso durante a pandemia, já percebe uma desaceleração, com salários menores e condições piores para novatos. A mudança de perspectivas passou a ser mais sentida desde 2022, quando o mercado teve uma onda de demissões em massa.

Segundo o Mapa do Ensino Superior no Brasil, do Instituto Semesp, a área de Tecnologia é um dos campos cujos cursos têm maior taxa de desistência (66,5%). Entre os relatos de estudantes, a dificuldade de manter as graduações atualizadas e o mercado aquecido contribuem para que parte dos alunos abandone a sala de aula e não veja benefícios para a carreira ao investir nas faculdades. Para os conhecimentos técnicos, portanto, recorrem ao autodidatismo ou a cursos de curta duração.

Especialistas ponderam, no entanto, que a formação em ensino superior ajuda a desenvolver uma gama mais ampla de habilidades, como as competências socioemocionais, debates éticos e conceituais.

Coordenador do curso de Inteligência Artificial da Cruzeiro do Sul Virtual, Douglas Almendro diz que o objetivo é aproveitar as oportunidades oferecidas pelas tecnologias emergentes, aliando conhecimento técnico e desenvolvimento humano. As disciplinas cobrem desde os fundamentos da IA até as tecnologias mais avançadas e suas aplicações práticas.

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