Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de outubro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O dia 12 de Outubro passou, dia da padroeira do Brasil, de manifestar sua fé. E também dia das crianças. Dia de aproveitar o feriado com seu filho, brincar, jogar uma bola ou ir ao shopping e comprar? Consumir, adquirir? Ter? Afinal o que realmente é um presente na vida de uma criança?
A televisão invade nossa casa com propaganda. Anúncios passam a cada intervalo do desenho. Músicas que chama a atenção daqueles seres em formação que passam a maior parte do tempo sentados em frente ao aparelho.
Presenteamos os filhos com roupas, mochilas e toda a espécie de aparato que a publicidade nos vende. E com o produto, sentimos aquela ideia de realização de inclusão em meio competitivo, em que TER é mais importante do que o SER. O mundo mudou? Ou nós mudamos?
A propaganda está em todo lugar, nas redes sociais, no brinquedo que vem de brinde no alimento, na novela. Existe uma invasão e estamos sucumbindo a esta realidade junto com a nova geração. As crianças de hoje passam o maior tempo, em contato com o mundo tecnológico. Onde são vistas com potenciais consumidores, a ideia de “ter” para ser feliz é vendida 24 horas por dia. Os pais buscam manter um padrão de vida em que possam proporcionar aos seus filhos o melhor. E como podemos condenar isto? Mas por traz disto muitas vezes se esconde um sentimento que busca de compensação. As famílias se modificaram ao longo do tempo, não só nas questões de como elas são compostas. Mas a forma de como a dinâmica em casa funciona. A tecnologia nos une e nos distância ao mesmo tempo. É preciso ter bom senso, o distanciamento de pais e filhos é algo real. E que tenta ser superado por bens materiais. Criamos uma nova geração extremamente consumista.
Fala-se que as crianças de hoje não sabem brincar como as de antigamente. Mas será que isto é real? A criatividade infantil nasce com a criança, mas pode ser sufocada. As crianças possuem um potencial criativo de criar situações e brincadeiras com coisas simples do cotidiano. Com base nas suas relações sociais e experiências, são motivadas a brincar imitando situações simbolicamente, reelaborando e reconstruindo. Em todo mundo crianças vemos brincam de “casinha” e de “escola” por exemplo.
A família tem papel fundamental para que a criança consiga desenvolver suas habilidades criadoras. Proporcionando que estes tenham atitudes de autoconfiança. Criar brincadeiras a partir de suas próprias experiências sem estimulo externo fabricado é o grande desafio de hoje. Quantas crianças vemos hoje em dia nas praças e parques com suas famílias? Correr, pular, brincar com areia, com pedrinhas, galhos ou folhas é mais raro de se ver. Em contra partida quantas vemos sentadas de rosto iluminados por uma tela de celular? A imaginação está perdendo espaço e desde cedo as crianças estão imersas em um mundo cada vez mais sistematizado e superficial. Que possamos SER mais presentes e que o TER fique mais amor, carinho e atenção com nossas crianças.
Geana Krause – Pedagoga e Escritora
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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