Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de junho de 2017
Crianças indígenas venezuelanas, da etnia Warao, poderão ter aulas na rede pública de ensino de Manaus a partir do segundo semestre deste ano, de acordo com a prefeitura. Mais de 400 índios venezuelanos migraram para a capital amazonense fugindo da fome no país de origem, desde janeiro deste ano. Parte deles foi transferida para um abrigo na Zona Leste.
No início de maio, a prefeitura de Manaus decretou situação de emergencial social devido ao intenso processo de imigração dos indígenas. Uma reunião na sede da Semed (Secretaria Municipal de Educação), entre representantes da Gestão Educacional e da Gerência de Educação Escolar Indígena do órgão e MEC (Ministério da Educação), foi realizada na sexta-feira (2).
Entre as ações iniciais sugeridas, há a criação de salas de aula nos abrigos onde os indígenas estão sendo atendidos. Elas funcionarão nos turnos matutino e vespertino, com turmas multisseriadas. Haverá ainda a seleção de professores bilíngues, com carga horária de 40h.
Dos mais de 400 índios warao em Manaus, 254 foram para o Serviço de Acolhimento Institucional de Adultos e Família, no Coroado, na zona Leste, e os demais estão no Centro da capital. A secretária da Semed, Kátia Schweickardt, afirmou que mesmo ainda sendo um atendimento complexo, devido à falta de informações educacionais, como a proficiência das crianças e a matriz curricular, a rede iniciará as aulas com quatro turmas, no segundo semestre deste ano.
“A maior parte (dessas crianças) nunca estudou. Estamos, junto com o MEC, propondo a organização emergencial de duas salas de aula para funcionar, já agora no segundo semestre, nesses abrigos, que totalizarão quatro turmas multisseriadas (duas no turno matutino e duas no vespertino).Vamos priorizar esse atendimento e depois que começarmos a funcionar, podermos ter um diagnóstico mais preciso da proficiência e ir avançando. Teremos dois professores trabalhando 40 horas nessas quatro turmas. Vamos construir com eles uma matriz curricular e acompanhar pedagogicamente esse trabalho”, informou. (AG)