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Crime compensa quando o foro é privilegiado

(Foto: Divulgação)

Denunciado em outubro de 2015, no âmbito da Lava-Jato, por receber R$ 33,7 milhões em propina, o deputado Nelson Meurer (PP-PR) foi condenado a devolver apenas R$ 5 milhões à Petrobras. O valor, além de irrisório perto do montante surrupiado, é menor que o rendimento da poupança entre a denúncia e a condenação. Noves fora, Meurer fica com a propina, usa o rendimento para fazer a devolução e ainda sobra.

Em números

A propina de R$ 33,7 milhões aplicada na poupança, investimento aliás desaconselhado por economistas, renderia R$ 6,6 milhões ao deputado.

A propina

O deputado recebeu 99 pagamentos mensais, desde 2006, no valor de R$ 300 mil, além de R$ 4 milhões em espécie na campanha de 2014.

Parece fila de posto

Meurer é o primeiro político condenado no STF no âmbito da Lava Jato, mas há outros nove réus e mais 20 denúncias aguardando julgamento.

Segunda Turma

A condenação de Meurer por unanimidade na Segunda Turma do STF, a mais “boazinha”, é má notícia para parte dos acusados na Lava-Jato.

Não haveria greve se a ganância fosse menor

Os custos para acabar a greve dos caminhoneiros, estimados em R$ 10 bilhões, correspondem a apenas 30% do lucro previsto pela Petrobras para 2018, de cerca de R$ 30 bilhões. Se a ganância da estatal fosse um terço menor, não haveria greve: seu lucro somou R$ 7 bilhões em três meses (janeiro a março), garantido pelos aumentos quase diários dos combustíveis que fizeram os caminhoneiros parar o País.

Acionista esquecido

O lucro bilionário da Petrobras serve para pagar dividendos a acionistas. Mas o maior acionista fica de fora: o povo brasileiro.

Assim é mole

O lucro da Petrobras não decorre de eficiência, mas da dolarização criminosa dos combustíveis. A estatal é campeã de ineficiência.

Prejuízo duvidoso

Em 2017, o lucro operacional da Petrobrás foi de mais de R$ 5 bilhões, mas a estatal registrou como “prejuízo” o acordo bilionário nos EUA.

CPI do Parente

Segundo autora do pedido de CPI para investigar preços da Petrobras, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), no governo Temer foram realizadas 229 variações de preços do diesel, álcool e gasolina.

Política de conveniência

As cinco reduções de preço em oito dias de greve de caminhoneiros, enquanto dólar e o barril subiam, apenas mostra que a dolarização dos combustíveis nada tem de “técnica”. A Petrobras aumenta ou diminui preços de acordo com os seus interesses. Financeiros ou políticos.

Reformar é preciso

Ecoou na Câmara a necessidade pela reforma tributária, escancarada pela greve de caminhoneiros. O presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que priorizará o projeto, em tramitação há mais de uma década.

Contra Bolsonaro

“Intervenção militar” é coisa de quem conspira contra a única chance de Jair Bolsonaro chegar a presidente: o voto direto. Em situação de golpe, o poder jamais seria entregue ao capitão reformado do Exército.

Obituário

O jornalista alagoano e constituinte Audálio Dantas faleceu ontem em São Paulo. Tinha câncer. Presidiu o sindicato paulista dos jornalistas e foi o primeiro presidente da federação da classe eleito pelo voto direto.

Venezuela é aqui

Após a bagunça generalizada no País, com paralisações que objetivam impor prejuízos bilionários aos brasileiros, já deve ter haitianos e venezuelanos pensando em pegar o caminho de volta para casa.

BB: se colar, colou

O Banco do Brasil está cobrando 0,5% sobre faturas com vencimento em junho do cartão Visa Infinite, alegando “encargos financeiros do rotativo”, até de quem quitou a todo o débito. Aos que reclamam, a atendente diz que houve “erro no sistema”. Mas só a quem reclama.

O afano está no ar

Alguns bancos se comportam como Donga, quando se defendia da apropriação autoral do primeiro samba gravado: “O samba tá no ar, quem pegar é dele”. Agora, no Brasil, é assim: o roubo está no ar.

Pensando bem…
… já que subjugou sua política econômica à Petrobras, o governo Temer bem que poderia dolarizar também os salários.

PODER SEM PUDOR

Os novos destinos do ex

O ex-ministro do Planejamento do governo FHC, Guilherme Dias não apareceu na posse do substituto, Guido Mantega. Representou-o na solenidade o ex-assessor Simão Cirineu, que, em discurso, mencionou os “novos destinos” do ex-chefe para justificar a ausência, insinuando que Dias assumira novas atribuições, talvez no exterior. Na platéia, um gaiato esclareceu, em voz alta:

– Só se ele virou gerente de pousada, na beira da praia!

É que os “novos destinos” de Guilherme Dias eram, na verdade, Porto Seguro, no litoral sul da Bahia, onde estava naquele momento.

Com André Brito e Tiago Vasconcelos

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