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Crimes atribuídos a filho do presidente da Colômbia podem levar a 30 anos de prisão

Primogênito (E) de Gustavo Petro (D) teria usado dinheiro de campanha em despesas pessoais. (Foto: EBC)

As acusações de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito contra Nicolás Petro, mais velho dos seis filhos do presidente colombiano Gustavo Petro, podem resultar em 30 anos de cadeia. Preso no sábado passado (29) com sua ex-mulher Daysuris del Carmen Vásquez, ele é investigado pelo uso pessoal de dinheiro da campanha política do pai.

No apartamento dele na cidade de Barranquilla, onde Gustavo foi detido, o Ministério Público do país latino-americano também apreendeu o equivalente a quase R$ 30 mil em espécie e aparelhos eletrônicos.

O casal foi submetido no domingo (30) a audiências de custódia que resultaram na manutenção das prisões, realizadas cerca de cinco meses após o início das investigações. As denúncias vieram à tona após a própria Day Vásquez – como é conhecida a ex-esposa – denunciá-lo à imprensa local.

Segundo ela, o primogênito de Gustavo Petro recebeu 400 milhões de pesos colombianos de um empresário que mantém relações com grupos paramilitares e outros 600 milhões de um narcotraficante condenado nos Estados Unidos 0 identificado como Samuel Santander Lopesierra, o “Homem Marlboro”. Somada, a quantia equivale a R$ 1 milhão.

Ainda de acordo com a denúncia, Gustavo Petro não tinha conhecimento dos negócios do filho. Ambos elogiaram a investigação quando foi deflagrada. Mas classificou de “infundadas” as acusações da ex-mulher.

Após a prisão, o presidente colombiano lamentou o episódio. Mas assegurou que o Ministério Público terá total independência para prosseguir com a investigação.

“Como pessoa e como pai, me machuca muito tanta autodestruição e o fato de um dos meus filhos ir para a cadeia. Como presidente da República, asseguro que o Ministério Público tem todas as garantias da minha parte para proceder nos termos da lei”, escreveu na rede social X, o antigo Twitter.

Consequências

A prisão de Nicolás acontece há poucos meses das eleições regionais da Colômbia, marcadas para outubro. Políticos do grupo que elegeu Petro, o Pacto Histórico, foram a público para blindar o presidente e pedir que a prisão do seu filho não seja politizada.

Próximo ao presidente, o senador Inti Asprilla declarou que a decisão de prender Nicolás foi “descabida”, já que ele não estava foragido e nem tinha antecedentes criminais.

O candidato a prefeito de Bogotá pelo Pacto Histórico, Gustavo Bolívar, também criticou a prisão, dizendo que ela não passava de um “circo eleitoral”: “Um jovem que não estava fugindo da Justiça não merecia um show como o montado pelo promotor”.

Oposição

A oposição aproveitou a prisão para questionar, mais uma vez, as possíveis irregularidades na campanha de Gustavo Petro.

As suspeitas têm crescido desde que áudios supostamente enviados pelo coordenador da campanha presidencial, Armando Benedetti, à então chefe de gabinete da Presidência, Laura Sarabia, vazaram com ameaças de revelar um esquema de financiamento ilegal.

Petro afirma que a campanha foi “totalmente lícita”. Ele também demitiu tanto Sarabia quanto Benedetti, que estava atuando como embaixador na Venezuela.

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