Criminosos voltaram a cometer ataques entre a noite de sábado (19) e madrugada deste domingo (20) no Ceará. Os bandidos incendiaram um ônibus em Fortaleza e um caminhão no município do Eusébio e atacaram um posto de combustível em Maracanaú, Região Metropolitana da capital. Não há registro de pessoas feridas nos ataques. A onda de violência chegou ao 19º dia seguido desde o dia 2 de janeiro.
Desde o início dos crimes, ocorreram 218 ataques criminosos contra ônibus, carros, prédios públicos, prefeituras e comércios em 46 dos 184 municípios cearenses. As ações começaram em Fortaleza, foram para a Região Metropolitana e se espalharam por diversas cidades do interior do Estado. A Secretaria da Segurança Pública do Ceará confirmou que 399 pessoas já foram detidas por envolvimento nas ações criminosas.
Para tentar conter os ataques, o governo estadual convocou 1.200 policiais militares da reserva para reforçar a segurança nas ruas. O Ministério da Justiça enviou agentes da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal. Policiais militares e agentes penitenciários de outros Estados brasileiros também foram deslocados ao Ceará após o início dos crimes.
O posto de combustível, localizado na rodovia CE-065, foi atacado por homens com bombas caseiras (coquetel molotov). Segundo testemunhas, os homens atearam fogo em uma das bomba de combustível e em seguida fugiram. Ninguém ficou ferido, e os próprios funcionários do posto apagaram as chamas.
No Bairro Conjunto Palmeiras, periferia da capital, os criminosos pararam um ônibus do transporte coletivo, ordenarem que os ocupantes saíssem e incendiaram o veículo. O Corpo de Bombeiros apagou as chamas, mas o veículo ficou destruído.
Já durante a madrugada deste domingo, por volta de 1h, criminosos incendiaram um caminhão no estacionamento de uma empresa de coleta de resíduos. Um vigilante viu a fumaça na empresa e retirou os outros veículos que estavam no local para evitar que o fogo se alastrasse. Os suspeitos fugiram logo em seguida.
Entenda o que está acontecendo no Ceará
O governo criou a secretaria de Administração Penitenciária e iniciou uma série de ações para combater o crime dentro dos presídios. O novo secretário, Mauro Albuquerque, coordenou a apreensão de celulares, drogas e armas em celas. Também disse que não reconhecia facções e que o Estado iria parar de dividir presos conforme a filiação a grupos criminosos.
Criminosos começaram a atacar ônibus e prédios públicos e privados. As ações começaram na Região Metropolitana e se espalharam pelo interior.
O governo pediu apoio da Força Nacional. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou o envio de tropas; 406 agentes da Força Nacional reforçam a segurança no Estado.
A população de Fortaleza e da Região Metropolitana sofre com interrupções no transporte público, com a falta de coleta de lixo e com o fechamento do comércio. A onda de violência afastou turistas e fez a ocupação hoteleira cair. Trinta e cinco membros de facções criminosas foram transferidos do Ceará para presídios federais desde o início dos ataques, segundo o último balanço do Ministério da Justiça.