Quarta-feira, 04 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 23 de abril de 2024
Diversos órgãos envolvidos na apuração da fraude ao sistema de pagamentos da União, o Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), passaram a mapear as operações ilegais e, até aqui, a auditoria aponta que os criminosos tentaram desviar ao menos R$ 3,5 milhões, em diversas operações ilegais. As informações são da jornalista Daniela Lima, da GloboNews.
O Banco Central (BC) entrou na força-tarefa porque há suspeita de que parte do valor roubado tenha sido enviado para fora do País. O montante final do prejuízo ainda está sob apuração.
Segundo informação repassada pela Secretaria do Tesouro Nacional a setores do poder público com competência para autorizar pagamentos, ao menos três senhas foram usadas pelos criminosos para tentar corromper operações envolvendo mais de 200 credores da União.
Para isso, eles utilizaram diversos CPFs de supostos “credores” que deveriam receber esses recursos. Parte das verbas, inclusive, pode ter sido enviada ao exterior, aponta a investigação.
Ainda não se sabe quantas dessas violações foram exitosas. Pelo menos 17 senhas foram corrompidas pelo que se sabe até o momento.
A investigação da fraude envolve a Polícia Federal, a Abin, o Tribunal de Contas da União e outros órgãos.
A suspeita é que a fraude tenha ocorrido dentro do Ministério da Gestão e que diversas operações tenham sido realizadas. Por isso, o valor total do prejuízo ainda está em apuração.
O governo descarta, porém, que o desvio seja de grande monta de forma a impactar o resultado fiscal, por exemplo.
O Sistema Integrado de Administração Financeira, gerido pelo Tesouro Nacional, é responsável pelos pagamentos do governo federal.
Os fraudadores conseguiram acessar ordens bancárias de diversas entidades e alterar dados dos beneficiários das emissões, desviando, em uma série de operações, dinheiro público por meio de um mecanismo que se assemelha ao pagamento via Pix, portanto, de débito automático: o OBpix.
Ao identificar a fraude, que ocorreu durante a Páscoa, o Tesouro passou a exigir licenças diferenciadas para a emissão de ordens de pagamento – e descredenciou a modalidade escolhida pelos bandidos, a OBpix.
A Secretaria do Tesouro Nacional chamou uma reunião com diversos órgãos ordenadores de despesas no dia 12 de abril para informá-los de que o Siafi havia sido alvo de uma invasão.
O governo já conseguiu identificar uma pessoa que atuou na fraude ao Siafi, segundo fontes a par das investigações. Há suspeita, no entanto, de que haja o envolvimento de um outro investigado na invasão ao sistema.