A alternância de poder garantida pela democracia – e somente pela democracia – é importante para política, finanças, economia, tudo. É a salvação do povo contra brutamontes da política e/ou incompetentes da economia, finanças, tudo. A alternância permite que um novo governo mude os rumos e corrija os estragos feitos pelo antecessor, devolvendo a esperança a todos em tudo.
Economizando R$ 1 bilhão
No Rio Grande do Sul destruído a alternância trouxe resultados. Contes de gastos e revisões de prioridades de investimentos permitiram fechar setembro com redução de gastos de quase R$ 1 bilhão. O número exato é R$ 986,7 milhões, valor 52,6% menor do que o registrado em 2014.
Passagens aéreas
Por determinações do governador José Ivo Sartori, a Secretaria Estadual da Fazenda iniciou um controle rigoroso das diárias e passagens aéreas para fora do Estado. O resultado é uma queda dos gastos de R$ 9 milhões em 2014 para R$ 2,7 milhões nesses nove meses de 2015. Queda de 70%.
Diárias e consultorias
O controle pegou também diárias para dentro do Estado. Os gastos recuaram de R$ 52,9 milhões em 2014 para R$ 35,7 milhões, agora, queda de 32,6%. O dinheiro do povo ainda foi valorizado nos contratos de consultorias. Os dispêndios baixaram de R$ 41,1 milhões para R$ 13,6 milhões, queda de 67%.
Obras e investimentos
O Rio Grande do Sul falido e com rombo financeiro para 2015 projetado em R$ 5,4 bilhões, permite que o governo faça muito pouco, além de pagar salários. Os valores destinados a obras afundaram de R$ 446,5 milhões em 2014, com dinheiro de empréstimos, para R$ 210,7 milhões, uma redução de 52,79%.
Materiais permanentes
O enxugamento mais duro está na compra de equipamentos e materiais permanentes. Desde janeiro, as aquisições caíram de R$ 753 milhões para R$ 141 milhões, uma queda de 81,27%.
… … … …
Sem mudança de rumo
O governo Dilma Rousseff está despedaçado, a crise econômica é grave, o desemprego dispara, empresas fecham as portas, mas a gastança continua em Brasília. A burocracia inchada bate recorde na quantidade de chefias no governo e nos órgãos da Presidência da República.
De FHC a Dilma
Nos governos Fernando Henrique Cardoso, o número de cargos de confiança era de 66.040. Não contente com as vagas, Lula e Dilma elevaram a quantidade para extraordinários 100.313 servidores de livre nomeação, sem concurso, sem nada. Apenas com algum padrinho.
Explosão de servidores
FHC fez o Plano Real e acabou com a inflação usando 5.370 servidores ligados à Presidência da República. Lula começou a destruição de tudo e Dilma está complementando o serviço com 18.311 contratados, que servem a Presidência, a Vice-Presidência e órgãos vinculados.
Elite burocrática nos ministérios
Se forem incluídos os ministérios, com seus funcionários trazidos das mais diferentes estatais, a situação ganha contornos assustadores. Oficialmente, a elite da burocracia federal ganha menos do que os ministros e a Presidente da República, que receberão R$ 24,3 mil a partir de novembro deste ano.
Penduricalhos sem fim
Na prática é diferente. Alguns driblam as barreiras e recebem salários com todas as gratificações admissíveis no serviço público, inclusive adicional de “periculosidade” (um terço do salário básico), mais os benefícios concedidos pelas instituições e empresas públicas de onde vieram.
Distribuição de lucros
Em junho, a endividada Eletronorte, do grupo Eletrobrás, distribuiu a seus 3.400 empregados uma fatia do lucro de R$ 2,2 bilhões, produto da manipulação de créditos fiscais e do aumento médio de 29% nas contas de luz que tanto pesa no bolso de cada brasileiro, independente da renda.
Salário de R$ 152 mil
Um dos seus funcionários emprestados ao Ministério de Minas e Energia, em Brasília, embolsou R$ 152 mil — um terço como participação nos resultados da estatal. Outros levaram até R$ 100 mil. O governo penaliza o usuário com aumento da conta de luz e distribui parte da arrecadação a seus funcionários.
Administração federal
Com 618 mil funcionários na ativa, Dilma dispõe de força de trabalho 26% maior do que a de Lula. Foram 130 mil contratações entre 1º de janeiro de 2003 e o dia 30 de junho DE 2015. A folha de pagamentos da administração federal (excluídas as estatais) recebeu cerca de 40 inscrições de servidores a cada dia útil.
Gastos de R$ 100 bilhões
O custo de pessoal deve ultrapassar R$ 100 bilhões neste ano — um aumento de 58% no período, descontada a inflação. Em vez de conter a gastança para equilibrar as contas públicas, o governo Dilma Rousseff quer recriar a CPMF, o imposto mais odiado pelos brasileiros, devido ao efeito cascata. (Clesio Boeira.)