Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 25 de abril de 2023
O caso condenou Kirchner por supostas anomalias na adjudicação de obras públicas durante sua gestão.
Foto: ReproduçãoA vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, recorreu da condenação a seis anos de prisão por corrupção imposta pela Justiça no fim de 2022. Além da pena de reclusão, a sentença também prevê a inelegibilidade da ex-mandatária.
No pedido, os advogados de Kirchner defenderam que ela é inocente do suposto crime pelo qual foi “injustamente condenada”. A defesa também define a condenação como uma “enorme gravidade institucional”.
“Está claro que a sentença proferida não tem provas diretas para sustentá-la, tendo sido baseada em uma série de circunstâncias que os magistrados classificaram como prova”, disseram os advogados da política.
O caso, popularmente conhecido como “Vialidad”, condenou Kirchner por supostas anomalias na adjudicação de obras públicas durante sua gestão.
Apesar de tudo isso, a vice-presidente realizará na quinta-feira (27) um evento em La Plata. Será a primeira vez que Kirchner falará em público depois que o atual chefe de Estado, Alberto Fernández, anunciou que não tentará a reeleição.
Tensão
A declaração de Fernández acontece em meio a tensão no país, o que provocou uma nova corrida para comprar dólares, levando a moeda americana a superar a barreira dos 400 pesos no mercado paralelo. A última pesquisa realizada pela Universidade de San Andrés, em março, indicou que o governo de Fernández e Cristina tem 81% de desaprovação e apenas 17% de aprovação.
“O contexto me obriga a dedicar todos os meus esforços aos difíceis momentos que a Argentina atravessa. No próximo 10 de dezembro (data da posse), é o dia exato em que cumprimos 40 anos de democracia. Nesse dia, passarei a faixa presidencial a quem tenha sido eleito legitimamente nas urnas pelo voto popular”, disse o mandatário por meio de um vídeo em suas redes sociais intitulado “Minha decisão”.
O presidente ressaltou as crises que atravessaram a sua gestão: a herança do governo neoliberal de Mauricio Macri e a dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a pandemia, os impactos da guerra na Ucrânia e, agora, a seca que afeta os cultivos do país. “Está claro que não alcançamos tudo o que propusemos”, disse.
Essa foi a primeira definição no âmbito peronista que marca um rumo para 13 de agosto, quando as Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (Paso) determinarão quem disputará a eleição presidencial. O candidato à Presidência pela coalizão governista “Frente de Todos (FdT)” ainda é incerto, com diferenças internas na coalizão entre as correntes ligadas a Fernández e segmentos mais alinhados com Cristina Kirchner.