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Por Redação O Sul | 24 de janeiro de 2017
A ex-presidente argentina Cristina Kirchner (2007-2015) enfrenta acusações de abuso de poder. O novo caso foi iniciado pelo promotor Guillermo Marijuán, que apresentou como prova áudios de uma conversa entre Cristina e o ex-secretário-geral da Presidência e ex-chefe da AFI (Agência Federal de Inteligência), Oscar Parrilli, nos quais a ex-chefe de Estado diz ter “armado processos” judiciais contra o ex-agente de inteligência Jaime Stiusso.
O vazamento dos diálogos entre Cristina e Parrilli provocou verdadeiro escândalo político na Argentina. Stiusso, o nome que aparece na conversa, foi agente de inteligência durante quase todo o kirchnerismo e era um dos principais colaboradores do promotor Alberto Nisman, que apareceu morto no banheiro de seu apartamento em janeiro de 2015.
Após o falecimento de Nisman — cuja causa está sendo investigada pela Justiça —, o ex-agente de inteligência refugiou-se nos Estados Unidos, por medo a ser perseguido pelo kirchnerismo. Antes de morrer, Nisman denunciara a ex-presidente, por suposto acobertamento de funcionários iraniamos suspeitos de terem participado do atentado à Associação Mutual Israelita Argentina, que matou 85 pessoas, em julho de 1994.
No áudio vazado, Cristina telefona para o ex-chefe da AFI para falar sobre a entrevista de Stiusso ao jornal e ordena a Parrilli começar a “procurar os processos que armamos [contra Stiusso]”. Em outro trecho da conversa, a ex-presidente pergunta “contra quem armamos processos?”, ao que o ex-chefe da AFI, cuidadosamente, responde: “se alguém armava processos era ele [Stiusso]”.
Cristina, que no diálogo com seu ex-funcionário o chama de “idiota”, afirmou que o governo de seu sucessor “agora me denuncia por dizer palavrões”. “Não sabem mais o que inventar.” (AG)