Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 27 de abril de 2021
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A agência reguladora Anvisa adotou critérios diferentes para autorizar o uso de vacinas contra covid-19 no Brasil. Enquanto cria dificuldades para imunizantes como a russa Sputnik V e a indiana Covaxin, exigindo até mesmo documentos que a lei não exige, concedeu registro definitivo à vacina norte-americana Pfizer sem receber documentos obrigatórios. Agora, a Pfizer faz a Anvisa passar vergonha, avisando que “não será possível” entregar documentos relativos ao IFA, insumo da vacina.
Dois pesos…
A Pfizer recebeu registro definitivo mesmo sem documentos, mas outras não têm uso excepcional por “falta de documento” que a lei não exige.
Cabelo em ovo
A Anvisa alegou a falta do “Certificado de Boas Práticas” para barrar a indiana Covaxin, mas esse documento não é exigido pela legislação.
Desafio ao STF
A Anvisa resolveu desafiar Ricardo Lewandowski (STF), que acha a vacina russa boa e que deve ser liberada, em caso de falta de decisão.
Veto irremovível
Lewandowski disse que a vacina russa é boa “até prova em contrário”, daí a Anvisa tratou de desqualificar o imunizante usado em 69 países.
Cada um com sua agonia: Doria encara duas CPIS
No dia em que as atenções estão voltadas para a CPI da Covid no Senado, em São Paulo a aflição do governador João Doria não é menor que a do presidente Jair Bolsonaro. É que Doria enfrentará não apenas uma, mas duas CPIs de uma vez, na Assembleia Legislativa. Na Alesp, começam a funcionar nos próximos dias a CPI dos Benefícios Fiscais, sobre Doria aumentar impostos em plena pandemia, e sobretudo a CPI da Dersa, investigação barra pesada de corrupção do PSDB paulista.
Fonte de corrupção
Estatal de rodovias, a Dersa tem sido apontada em várias investigações como fonte de corrupção em governos do PSDB paulista.
Fragilidade política
Doria terá de enfrentar duas CPIs em um momento de fragilidade política, tanto quanto Bolsonaro no âmbito da CPI da Covid.
Manobra adiou CPIs
Propostas pelo PT em 2019, as CPI enfrentaram 32 horas de fila de assessores do PSDB impedir sua instalação. Foram adiadas para 2021.
Fechamento de igrejas
Levantamento nacional do Paraná Pesquisa, divulgado nesta segunda (26), mostra que 55,1% dos brasileiros concordam com o fechamento de igrejas para combater a pandemia. Os que discordam são 41,4%.
Agora é ‘interferência’
Ouviram-se sonoras gargalhadas, ontem, no Congresso, com a reação de Renan Calheiros à liminar que o impede de assumira relatoria da CPI da Covid. Ele reclamou de “interferência” do Judiciário no Legislativo. Esqueceu rapidamente que a própria CPI foi criada por ordem do STF.
Começo da reforma
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), confirmou que a reforma tributária deverá ser votada em partes, para facilitar a tramitação e aprovação. O relatório será apresentado na próxima segunda (3).
À altura
Enrolado na máfia das ambulâncias, que desviou R$2 bilhões da compra de remédios superfaturados, e delatado pelo ex-subsecretário de Saúde do Rio noutro esquema de desvios quando foi ministro da Saúde, o senador Humberto Costa é o representante do PT na CPI da Covid.
Sem espaço vazio
Bolsonaro tem sido aconselhado a fazer escolhas “mais populistas, como Lula”, como apoiar uma nova rodada do auxílio emergencial. “Se ele não fizer, outros vão fazer”, avisa um experiente deputado federal.
Lacrou, quebrou
A cerimônia dos Oscars, que já foi um dos eventos de maior audiência em todo o planeta, perdeu 60% da audiência (só este ano) e ficou na casa dos 9 milhões de espectadores pela primeira na História. Antes deste ano, a menor audiência foi em 2020, com 23,6 milhões.
Problema persiste
Cerca de 30% dos brasileiros são hipertensos, doença associada a 80% dos casos de AVC e 60% de Infarto. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o controle da doença é “insatisfatório” no Brasil.
Candidato de oposição
Mansour Elias Karmouche, da OAB-MS, disputará a presidência nacional da entidade, nas eleições deste ano. Será candidato de oposição à atual diretoria, criticada por suas ligações partidárias.
Pensando bem…
… reforma pode sair mais caro que a obra.
PODER SEM PUDOR
Clientelismo político
Raposa política mineira, José Maria Alkimin foi também um mestre do clientelismo, naqueles tempos em que ninguém levava a sério um concurso para ingressar no serviço público. Certa vez, ele recebeu um rapaz que havia solicitado um emprego no Estado, desafiando-o com inteligência: “Estou desanimado, dr. Alkimin. Acho que não vou conseguir…” Alkimin reagiu: “O que é isso, meu filho? Esqueceu que me tem como padrinho?” O rapaz insistiu: “É que são muitos candidatos, dr. Alkimin…” O político sentenciou: “Mas eles não me têm como padrinho…” Uma semana depois o rapaz era nomeado.
Com André Brito e Tiago Vasconcelos
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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