Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2015
Poucos dias após se tornar uma nova rota de entrada à UE (União Europeia) para migrantes e refugiados, a Croácia fechou nessa sexta-feira postos na fronteira com a Sérvia e anunciou que não registrará nem acomodará mais pessoas. Foram cerradas todas as passagens de fronteira entre a Croácia e a Sérvia, exceto o posto de Bajakovo, na estrada que liga as capitais dos dois países. Os meios de comunicação locais apontam que os refugiados, que incluem crianças de colo e cadeirantes, continuam entrando no país por campos abertos.
As autoridades estimam que cerca de 13 mil estrangeiros tenham entrado na Croácia pela Sérvia nos últimos dois dias, após a Hungria barrar o fluxo de pessoas com cercas de arame farpado e gás lacrimogêneo. O primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, que havia dito na quarta-feira que seu país estava “pronto para aceitar e direcionar” os refugiados, convocou nessa sexta-feira uma reunião do Conselho Nacional de Segurança para lidar com o problema de uma maneira diferente. “Nós não podemos mais registrar e acomodar essas pessoas”, disse o premiê. “Eles terão acesso à comida, água e assistência médica, depois podem prosseguir sua viagem”, afirmou.
Caminhos bloqueados
A Croácia tem direcionado muitos dos migrantes que entraram em seu território para a Eslovênia e a Hungria para que continuem sua viagem. A maioria deles tenta encontrar asilo em países mais ricos e receptivos, como a Alemanha, que prevê receber até um milhão de pessoas em 2015.
O tráfego de trens entre Croácia e Eslovênia foi interrompido, e muitas das pessoas que chegam a este país têm sido forçadas a retornar àquele. Enquanto isso, a Hungria anunciou nessa sexta-feira que iniciou a construção de uma cerca provisória de 41 quilômetros na divisa com a Croácia.
Segundo a polícia, 453 migrantes entraram ilegalmente na Hungria a partir da Croácia na quinta-feira. Centenas de soldados e policias húngaros foram à região fronteiriça para impedir a passagem irregular de pessoas.
A Europa passa atualmente por uma intensa crise migratória que põe em xeque instituições comunitárias, com a livre circulação de pessoas entre os países da área de Schengen. Segundo o Alto-Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, mais de 411 mil pessoas atravessaram o Mediterrâneo para tentar entrar na Europa desde o início do ano. (AFP)