No momento em que muitos países estão tomando medidas contra a perigosa variante Delta do coronavírus, Cuba autorizou o uso da Abadala, sua vacina nacional. É o primeiro imunizante produzido na América Latina, região muito castigada pela pandemia.
Com os hospitais sobrecarregados de casos, as autoridades sanitárias cubanas permitiram o uso emergencial da Abdala, que teve eficácia comprovada de 92,28% contra a Covid-19.
A Abdala foi a candidata mais avançada entre as cinco desenvolvidas por Cuba, uma ilha de 11,2 milhões de habitantes que registra mais de 220.000 casos e 1.459 mortos pela pandemia.
A vacina cubana dá uma luz de esperança para a América Latina que, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), imunizou totalmente 13,6% de sua população, enquanto a União Europeia fez o mesmo em 34,9% dos cidadãos e os Estados Unidos 46,3%.
A região registra mais de 1,3 milhão de mortes, concentrando quase um terço das mortes mundiais por Covid-19, apesar de sua população ser apenas 8,4% do total mundial. A Venezuela já tem contrato para a compra de 12 milhões de doses de Abdala. Vários países, inclusive a Argentina, também estão interessados.
Apesar do panorama sombrio da América Latina, o futebol foi permitido para dar um pouco de relaxamento. A cidade do Rio de Janeiro autorizou até 5 mil pessoas a comparecerem ao estádio do Maracanã neste sábado para a final da Copa América entre Brasil e Argentina.
O Rio registra mais de 372.000 casos e 29.000 mortes, das mais de 530.000 de todo o Brasil. A taxa de mortalidade da cidade é de 432 a cada 100.000 habitantes, quase o dobro das 252/100.000 mortes do país como um todo, que é um dos mais atingidos no mundo pela pandemia.
Avanço da Delta
A variante Delta, detectada originalmente na Índia, que se acredita ser muito mais contagiosa e letal que as anteriores, está crescendo em grande parte dos países, mesmo em que boa parte da população foi vacinada. Por esse motivo, os laboratórios Pfizer e BioNTech entrarão com pedido de autorização para uma terceira dose de sua vacina anticovid para reforço da eficácia.
Dados preliminares mostraram que uma terceira dose aumenta os níveis de anticorpos de cinco a dez vezes mais contra a cepa original do coronavírus e a variante Beta, encontrada pela primeira vez na África do Sul, em comparação com as duas primeiras doses, de acordo com as empresas.
As farmacêuticas também disseram que a dose de reforço atuará de forma semelhante contra a variante Delta, mas que também desenvolverão uma vacina específica contra essa cepa.